O advogado José Eduardo Cardozo caiu em lágrimas ao sair do plenário do Senado, nesta segunda-feira, após apresentar a defesa final da presidente Dilma Rousseff. Cardozo, perguntado pelo O GLOBO, disse que era "inadmissível" que a advogada Janaína da Conceição Paschoal tenha dito que apresentou a denúncia pensando no futuro dos netos da presidente afastada Dilma Rousseff.
Cardozo surpreendeu a todos ao já se emocionar ao descer da tribuna, quando encerrou a fala da defesa. Ele falou por mais de uma hora. E foi cercado por senadores do PT, que o aplaudiram, e recebeu abraços de outros, como o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado.
E voltou a se emocionar, quando foi questionado pelo O GLOBO sobre ter se emocionado apesar de ser um experiente advogado.
Com lágrimas escorrendo, Cardozo disse que esperava ter revertido votos, mas sabia que não.
O GLOBO: A gente viu que o senhor se emocionou ao final, não?
CARDOZO: Sem dúvida. Diria a você o seguinte: Foi um choro sincero e não preparado.
O GLOBO: O senhor comparou com a questão da ditadura.
CARDOZO: E é. Há muitas diferenças e muitas semelhanças.
O GLOBO: O senhor falou que a História terá que pedir desculpas, porque a Janaina citou a questão dos netos da presidente.
CARDOZO: Claro. É inadmissível alguém pedir a condenação e pedir que faz pelos netos dessa pessoa. É muito triste. Espero convencer alguém, mas é muito injusto.
Depois, cercado pela imprensa, disse que "não existe última trincheira". "Não sei se reverteu algum voto, mas deveria. É evidente, as provas são claras. É indiscutível. O depoimento de ontem reforçou tudo aquilo que se dizia no processo. Duvido que uma pessoa pode dizer que essa acusação possa sobreviver. A acusação desabou, desabou!", disse Cardozo
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