Em seu depoimento, prestado na 16ªDP (Barra da Tijuca) por mais duas horas, a paisagista Elaine Peres Caparroz, de 55 anos, relata uma certa fixação do estudante de Direito Vinícius Batista Serra, de 27 anos, em seu filho, o lutador Rayron Gracie. No dia em que Elaine foi espancada durante quatro horas por Vinícius, enquanto os dois bebiam vinho, ela recebeu uma chamada de vídeo do filho, que mora nos Estados Unidos. Vinícius passou fazer várias perguntas para saber se os dois se falavam todos os dias e a elogiu como mãe. A polícia não descarta a possibilidade do crime ter sido cometido por vingança.
A paisagista acredita ter sido dopada por Vinícius. Com 60 pontos na boca, um dente quebrado, e com marcas por todo corpo causadas pela tentativa de feminicídio que sofreu, a paisagista informou que começou a perder os sentidos após fazer um brinde com Vinicius. Ao acordar, já começou a ser esmurrada por seu agressor.
Elaine Peres Caparroz disse, em depoimento, ter conhecido Vinícius Batista Serra, de 27 anos, no dia 27 de julho do ano passado, quando ele a adicionou no Instagram, após o filho de Elaine, o lutador de jiu-jítsu Rayron Gracie, publicar uma foto ao lado dela na rede social. A paisagista disse que não tem o histórico das conversas em seu perfil, porque Vinícius deletou a sua conta após espancar Elaine em seu apartamento na Barra.
Elaine ofereceu dinheiro para que agressor parasse
No depoimento, Elaine disse que manteve conversa com o agressor sem que ele demonstrasse qualquer problema em relacionamento amoroso ou familiar, aparentando sempre coerência e até mesmo gentileza em suas falas. Em setembro, os dois passaram a conversar via WhatsApp, quando Vinícius perguntou se Elaine morava. Ela respondeu que sim e passou a dizer que queria visitar o seu apartamento. A paisagista negou e chegou a dizer que “nunca levou um homem em casa e que era ele para avisar se fosse algum dia”.
Diante da insistência, Elaine sugeriu que os dois se encontrassem em uma balada ou alguma festa grande. Vinícius disse que era atleta e que não saía à noite. Em outra ocasião, o agressor disse que estava em uma festa e que poderia sair do local no mesmo momento para vê-la e insistiu para o ir ao apartamento dela. A paisagista chegou a questionar no momento: “Você não era atleta?”, quando Vinícius respondeu “mas com você é diferente”.
Veja mais
-
Crime contra paisagista foi premeditado, diz delegada
-
Mulher espancada por 4h afirma que pode ter sido alvo de vingança; assista à entrevista
-
Homem alega ter sido vítima de racismo por gerente de banco e recebe 'mata-leão'; vídeo
-
Policial é punido por deixar casal preso ter 'atividade sexual' em viatura
-
Homem joga ácido em ex-mulher e crime é registrado por câmeras de segurança; veja vídeo
Os dois, segundo Elaine, demoraram a se encontrar pessoalmente porque sempre havia um motivo que impedia, mas Vinícius sempre demonstrou interesse em ir encontrar com ela. A ida de Vinícius ao apartamento no dia do espancamento partiu dele, de acordo com a vítima. Ele mandou uma mensagem, via Instagram, perguntando se a paisagista estaria disponível para o encontro. Ele chegou por volta das 22h30 e se anunciou como Felipe. Elaine disse “negativo, não estou esperando nenhum Felipe”. O porteiro desligou por achar que tinha ligado para o apartamento errado. Retornou a ligação e disse: “Dona Elaine, ele disse que se chama Vinícius Felipe”, quando Elaine pediu para confirmar se era o Vini Serra (nome usado por Vinícius na rede social). O rapaz confirmou que era ele e o acesso foi liberado.