O cenário político brasileiro em 2014 foi marcado, segundo especialistas na área, pela disputa eleitoral para a Presidência da República mais acirrada desde a primeira eleição direta, em 1989, que levou para o segundo turno o então governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, e o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A morte trágica do candidato ao Palácio do Planalto Eduardo Campos (PSB), em um acidente aéreo, colocou sua vice na chapa, Marina Silva, no páreo da disputa. No entanto, ao fim do primeiro turno prevaleceu a polarização PT e PSDB das últimas seis eleições presidenciais. Dilma Rousseff (PT) superou Aécio Neves (PSDB), no segundo turno, por uma diferença de 3,4 milhões de votos. A petista conseguiu a reeleição com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% do tucano.
Acidente aéreo interrompe pretensão de Eduardo Campos de chegar à Presidência da República e causa reviravolta na disputa |
As cerimônias fúnebres praticamente pararam o estado de Pernambuco, onde Campos foi enterrado no mesmo túmulo do avô Miguel Arraes. Além do ex-governador morreram no acidente o fotógrafo Alexandre Severo, o jornalista Carlos Percol, o assessor Pedro Valadares Neto e o cinegrafista Marcelo Lira. Os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins também morreram no acidente.
Com a morte de Campos, Marina Silva, então vice na chapa do PSB, assume a disputa – mesmo sem o apoio unânime do partido socialista –, com Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Escolha pessoal de Campos, Marina filiou-se ao PSB após não ter conseguido oficializar a Rede Sustentabilidade, partido pelo qual concorreria à Presidência da República. Já nas primeiras pesquisas de intenção de voto, após a oficialização da candidatura, a ex-ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, liderava a corrida presidencial.
Mas o que parecia quase certo – o segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, conforme as pesquisas de intenção de voto à época – não se confirmou em mais uma surpresa da campanha. Após ataques dos principais concorrentes, especialmente do PT, Marina não consegue manter a popularidade e é superada na reta final do primeiro turno pelo tucano Aécio Neves.
No segundo turno, expectativa, suspense e ataques. A corrida ao Palácio do Planalto seguiu praticamente empatada até a abertura das urnas. No dia 26 de outubro, com os votos do país praticamente divididos ao meio – Dilma vitoriosa em 15 estados e Aécio em 11 – a petista consagra-se como a primeira mulher a ser reeleita presidente do Brasil. Ela repetiu a chapa com o peemedebista Michel Temer.
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