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Após 'chantagem', Cunha e Geddel firmaram pacto de amizade

Foi para Geddel que Cunha ligou pouco antes de ser preso, em outubro do ano passado

Redação iBahia • 15/01/2017 às 15:49 • Atualizada em 29/08/2022 às 3:49 - há XX semanas

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A relação do ex-ministro Geddel Vieira Lima — alvo principal da operação “Cui Bono?”, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira — com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi de altos e baixos. Foi para Geddel que Cunha ligou pouco antes de ser preso, em outubro do ano passado. E foi Geddel quem esteve na casa de Cunha, já como representante do governo Temer, depois que ele foi afastado da presidência da Câmara.
— Achei que era meu dever encontrar um ser humano e prestar minha solidariedade no momento de dificuldade que ele está — disse, na ocasião.
No entanto, em 2009, protagonizaram um embate com dura troca de acusações, durante a CPI dos Fundos de Pensão, comandada por Cunha, a quem Geddel acusou de chantagem. Geddel usou o termo “lombrosiano” para classificar Cunha, que se refere àquele que têm traços físicos de criminoso.
As ofensas ficaram no passado e, no calvário de Cunha na Câmara, ele recorreu diversas vezes a Geddel. Em várias ocasiões, o ministro da Secretaria de Governo falou de sua amizade com Cunha e até levou para seu gabinete no Planalto dois auxiliares do colega, que até hoje permanecem por lá.
Nesta sexta-feira, a PF apreendeu documentos e aparelhos na casa e no apartamento de Geddel. Na operação batizada de “Cui Bono?” (a quem beneficia?), o ex-ministro é acusado de participar de um suposto esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Geddel e outras três pessoas “faziam parte de uma verdadeira organização criminosa”. Eles são suspeitos de facilitar a liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal a empresas e, em troca, receber propina. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco entre 2011 e 2013. Também são citados Eduardo Cunha e duas pessoas ligadas a ele: o doleiro Lúcio Bolonha Funaro; e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Cleto.
DIÁLOGOS COMPROMETEDORES
Base da operação que tem como alvo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, conversas extraídas de um celular de Eduardo Cunha mostram uma relação intensa entre os dois no ano de 2012. O celular, segundo a PF, estava inativo e foi apreendido em dezembro de 2015 na residência oficial da Câmara. Em uma conversa, Geddel brinca com Cunha, quando questionado por ele sobre um negócio relativo à empresa J&F Investimentos, holding que controla a JBS/Friboi.
"Ta resolvido Ta na pauta do CD de terça Vc tá pensando que eu sou esses Ministros q vc indicou? Abs (sic)"
O ex-presidente da Câmara respondeu a mensagem com "rsrsrs". As conversas relativas a esta operação têm um diálogo curioso de Cunha com o doleiro Lúcio Funaro, operador do esquema. Funaro reclamou quando o ex-presidente da Câmara lhe perguntou sobre um repasse para Geddel.
“Jf geddel ta creditando hj nem fui lá esse cara acha que tenho uma impressora (sic)”, reclamou o doleiro em mensagem enviada a Eduardo Cunha em 11 de setembro de 2012.
Cunha, porém, deu razão a Geddel em sua resposta: “Ja ta creditado. É que tem que rodar meu filho (sic)”.Segundo a investigação, Geddel cobrava o pagamento de propina por empréstimos feitos pela Caixa à J&F. Em uma das mensagens, enviada para Cunha em 31 de agosto de 2012, Geddel relata que seriam aprovadas na semana seguinte duas operações para a empresa, de R$ 767 milhões e de R$ 194 milhões. Em 4 de setembro, o então vice-presidente da Caixa avisa a Cunha que os recursos foram aprovados e, no dia 11, informa que o dinheiro foi repassado. A J&F disse, em nota, que nunca procurou políticos para pedir que intermediassem suas operações financeiras.

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