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Depois de 33 anos, Marta Suplicy se desfilia do PT

Senadora entregou carta de desfiliação na manhã desta terça-feira (28) ao diretório municipal do PT em São Paulo

• 28/04/2015 às 17:44 • Atualizada em 29/08/2022 às 22:59 - há XX semanas

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Depois de 33 anos defendendo a bandeira do PT, a senadora Marta Suplicy resolveu se desfiliar do partido. Na manhã desta terça-feira (28), ela entregou ao diretório municipal do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, sua carta de desfiliação e, ao que parece, ela tem mantido contatos com o PSB, PDT e PPS nos últimos meses, mas ainda não decidiu para qual legenda irá entrar.
Marta Suplicy é filiada ao Partido dos Trabalhadores desde 1981, antes mesmo de se eleger senadora. Pelo 13, ela foi deputada federal, prefeita de São Paulo, ministra do Turismo e ministra da Cultura. Contudo, na carta onde pede demissão, ela faz duras críticas indiretas à condução da política econômica no primeiro mandato de Dilma Rousseff, e aborda outros pontos; confira na íntegra. "ILUSTRÍSSIMOS SENHORES PRESIDENTES NACIONAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DE SÃO PAULO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT Pedido de desfiliação partidária MARTA TERESA SUPLICY, brasileira, nascida em 18/03/1945, filha de Luiz Affonso Smith de Vasconcellos e Noêmia Smith de Vasconcellos, natural de São Paulo, portadora da cédula de identidade RG nº 2.978.995-3, inscrita no CPF nº 699.158.908-00, portadora do Título de Eleitor nº 865.308.401-41, inscrita na Zona Eleitoral nº 251, Secção 0115, vem, por meio desta, requerer a sua DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT, pelos motivos e razões que passa a apresentar. É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional. No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente. Para mim, como filiada e mandatária popular, os crimes que estão sendo investigados e que são diária e fartamente denunciados pela imprensa constituem não apenas motivo de indignação, mas consubstanciam um grande constrangimento. Aqueles que, como eu, acreditaram nos propósitos éticos de sua carta de princípios, consolidados em seu programa e em suas resoluções partidárias, não têm como conviver com esta situação sem que esta atitude implique uma inaceitável conivência. Ao tentar empenhar-me numa linha de providências, fui isolada e estigmatizada pela direção do partido. Percebi que o Partido dos Trabalhadores não possui mais abertura nem espaço para o diálogo com suas bases e seus filiados dando mostras reiteradas de que não está interessado, ou não tem condições, de resgatar o programa para o qual foi criado, nem tampouco recompor os princípios perdidos. Hoje o PT se distanciou completamente dos fundamentos que há 35 anos nos levaram a construí-lo com entusiasmo e envolvimento. Por décadas, acreditei e dei o melhor de mim na perseguição de ideais que, com seus acertos e erros, não se distanciavam de um norte ético indiscutível e intransigente. Hoje, entretanto, não me sinto mais em condições de cooperar com o que não faz mais sentido a mim e a milhões de brasileiros. A direção do Partido dos Trabalhadores vem restringindo, cerceando e limitando a atuação e desempenho de minhas atividades partidárias e, o que é mais grave, da minha atividade parlamentar oriunda da representação política de meu mandato. Os fechamentos de espaços são muitos, com acontecimentos e constrangimentos públicos que envolvem situações e ações que, no passado recente, chegaram ao limite de colocar em risco minha eleição como Senadora pelo Estado de São Paulo nas eleições de 2010. Vivencio o mais difícil e o pior momento de minha vida política. Como membro do PT, encontro-me em situação absolutamente constrangedora na bancada e no Plenário do Senado. Tenho me furtado a discursar e emitir minhas opiniões por me negar a defender um partido que não mais me representa, assim como a milhões de brasileiros que nele um dia acreditaram. Situação sem sentido que não tenho mais condições de deixar perdurar. Serei fiel ao meu mandato e permanecerei depositária dos valores defendidos por aqueles que votaram em mim, hipotecaram sua confiança pessoal, e abraçaram as ideias que defendo desde a época em que me tornei pessoa pública em programa diário de TV onde sempre me pautei por princípios éticos inegociáveis. Até onde pude, tentei reverter esta situação. Não fui ouvida. Não tenho compromisso com os reiterados desvios programáticos e toda sorte de erros cometidos. Minha atuação como Senadora não pode ser isolada. Todo parlamentar precisa de um partido e o partido se expressa por meio de seus representantes eleitos. Para quem é mandatária, como sou, eleita legitimamente por mais de 8 milhões de votos, resta-me a certeza de que minha prioridade é a fidelidade ao mandato que me foi outorgado pelo povo do Estado de São Paulo. Como o exercício de meu mandato vem sendo claramente cerceado, em seu nome e em sua defesa, como representante popular, sinto-me na responsabilidade e no dever de agir neste sentido. Diante do exposto, é a presente petição para REQUERER A MINHA DESFILIAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT, a partir desta data. São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2015. MARTA TERESA SUPLICY"

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