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Família lutou para resgatar vítima de estupro coletivo

Justiça conheceu a situação da menina em 2013

Redação iBahia • 02/06/2016 às 8:31 • Atualizada em 01/09/2022 às 15:28 - há XX semanas

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A juíza Mônica Labuto Fragoso Machado, titular da 3ª Vara da Infância e da Juventude, afirmou, ontem, que usou todas as medidas para ajudar a jovem X., vítima de estupro coletivo na noite de sábado. A magistrada afirma que o SUS não tem estrutura para tratar casos como o da adolescente. E que acompanhava a menina desde que um relato sobre sua situação de vulnerabilidade chegou ao Disque-Denúncia, em 2013. X. tinha bipolaridade e era usuária de drogas.
— Tudo que há na rede pública que podíamos fazer por ela, fizemos. Tudo. Se a pessoa tem dinheiro, paga a internação. Mas não existe nada para uma internação assim no SUS. É o colapso da saúde que vocês devem abordar. A mãe correu atrás, mas não tem nada no SUS — disse a juíza.
A última vez em que a juíza viu a menina foi em 2015. Segundo ela, a mãe afirmou que a jovem estava longe das drogas e pediu-lhe para não determinar outra condução da menina ao abrigo pois ela fugiria.
Aos 13 anos, através de um mandado de busca e apreensão expedido pela juíza Mônica Labuto, X. chegou à Casa Viva, uma instituição gratuita criada para resgatar a autoestima de jovens usuários de drogas. Estava com a mãe e um oficial de Justiça. Filha da classe média, ao contrário de boa parte das meninas que frequentam o projeto, tinha uma trajetória comum até os 12 anos. Frequentava uma igreja evangélica e a escola. Foi no colégio, relatou, que conheceu a maconha e, depois, a cocaína e o loló.
— Perguntei por que ela tinha saído da igreja, e ela me falou que não tinha nada de interessante para fazer lá. Estava muito arredia, era muito agressiva. Ela disse que sentia que a gente era legal, mas que não queria ficar aqui. Tratou as outras meninas bem, mas com uma distância. Ela se sentia diferente das outras — explica uma das funcionárias que acompanhou X. na casa.
“Eu perdi a minha filha”
Segundo os funcionários que atenderam X., a agressividade com parentes é incomum.
— Poucas meninas daqui têm vínculo familiar, de 15% a 20% delas. A gente tenta abraçar a família porque sabe que está ali o caminho de volta. Raras têm família. Quando encontram os parentes, é normal sentir saudade, o cuidado, querer saber como estão. Ela não teve esse comportamento, foi agressiva. Indica algum comprometimento cognitivo que tinha que ser visto — explica um funcionário.
Mesmo após X. ter deixado a casa, seus pais voltaram à instituição em busca de aconselhamento. A filha, segundo eles, era amada e fruto de uma gravidez desejada.
— O pai falava com muita dor: “Eu perdi a minha filha”. Ela era dedicada e amorosa. Fazia parte do grupo jovem da igreja. A família lutou por ela.
Fundador da Associação Brasileira de Psiquiatria, Talvane de Moraes, explica que a bipolaridade pode ser tratada com remédios, mas que o controle da doença é difícil.

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