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Filho de Bolsonaro divulga documentário que defende a ditadura

Filho do presidente diz que a produção vai estrear em 31 de março, dia do golpe que tirou o presidente João Goulart do poder

Redação iBahia • 06/02/2019 às 11:44 • Atualizada em 31/08/2022 às 8:25 - há XX semanas

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Um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro , o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou, na tarde desta terça-feira, em suas redes sociais o trailer do documentário "1964, o Brasil entre armas e livros", que promete "resgatar a verdade sobre o período mais deturpado da nossa história".

Foto: Reprodução

O trailer diz que a obra se vale de documentos secretos produzidos na União Soviética e em países que faziam parte da antiga Cortina de Ferro, no leste europeu. A responsável pelo filme é a produtora Brasil Paralelo, que foi criada depois de 2014 e que tenta revisitar a história do Brasil.

Em sua mensagem, Eduardo Bolsonaro diz que a produção vai estrear em 31 de março, dia do golpe que tirou o presidente João Goulart do poder, "falando verdades nunca antes contadas - muito menos pelo seu professor de história".

Na apresentação do documentário sobre 1964 em seu site, a produtora afirma: "Ditadura, Regime Militar ou Revolução? O Brasil Paralelo está produzindo um documentário inédito para resgatar a verdade sobre o período mais deturpado da nossa história". O cartaz do filme tem imagens de ex-ditador soviético Josef Stálin, do guerrilheiro Che Guevara, de Goulart e do filósofo e político italiano marxista Antonio Gramsci.

O trailer começa com imagens de uma "fábrica stalinista", na República Tcheca. Um entrevistado não identificado diz que "regime militar é um tema que suscita sensibilidades porque remonta narrativas sobre as quais se constroem as mitologias da política contemporânea". Um outro entrevistado fala em "fazer um mutirão pela verdade". Uma mensagem na tela afirma que "pela primeira vez na história documento secretos foram recuperados". Na sequência, Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro que se apresenta como filósofo, diz:

- Na primeira tentativa de averiguar o que se passou em 1964 pelos arquivos do bloco comunista o que se revela é isso que eu sempre soube.

Por fim, em um trecho de uma entrevista, o jornalista William Waack aparece dizendo que não gostava de usar o termo "luta armada" para se referir aos grupos de esquerda que combatiam a ditadura.

- Era terrorismo mesmo.

A produtora Brasil Paralelo afirma em seu site ser uma iniciativa "100% privada" e diz que o seu conteúdo é produzido com dinheiro se assinaturas. Em um vídeo de apresentação, diz que a inciativa nasceu da constatação, no período das manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, de que uma série de especialistas não era ouvida pela "grande mídia".

O grupo afirma ter produzido entrevistas com esses pensadores, do qual fazem parte, entre outros, Olavo de Carvalho, o filósofo Luiz Felipe Pondé e Luiz Philippe de Orléans e Bragança, deputado federal e herdeiro da Coroa Imperial. Com o objetivo de "desenterrar a memória dos grandes homens de nossa história", produziram a série"Brasil, a última cruzada".

A Brasil Paralelo não é uma ONG nem uma empresa. Se apresenta nas redes sociais como um grupo que não recebe dinheiro público, nem patrocínio. Sustenta viver de doações de pessoas interessadas em conhecimento.

Durante a campanha presidencial, o então candidato Jair Bolsonaro avisou que estava assistindo a mais um capítulo da recente série produzida pelo grupo.

Série sobre a eleição de 1989

No ano passado, o Paralelo veiculou na internet a série "O teatro das tesouras". Uma colagem de imagens e videos recontando a história das eleições presidenciais desde 1989. Na apresentação, um dos responsáveis avisava que no Brasil de 2018 era importante relembrar de fatos da história.

Na série, PT e PSDB foram identificados como duas faces da mesma esquerda. Embalado por trilha sonora e colagem de imagens e videos de época, a série exibia em seis capítulos como o país foi sendo mantido na mão do mesmo grupo político. E citam Lenin como o idealizador da estratégia que a partir de 1989, com o fim do regime militar, passou a ser adotada na política brasileira.

"Estratégia das tesouras: divisão do campo político entre duas partes da mesma força, uma moderada, outra radical. A ala radical promove mudanças, a moderada finge ser oposição", informa um texto no primeiro capítulo da série que tem a família Bolsonaro como fiéis seguidores.

A série compara a eleição de 89 a um circo, e a de 94, um teatro. "A eleição de 94 foi uma batalha entre um comunista e um social democrata. Disputa entre duas variações da esquerda. Na prática, era o início do socialismo fabiano no Brasil", ensina o narrador.

Em edição que mostra reportagens de jornal, debates na TV e até cenas da Copa do Mundo, a série ainda traz comentários de especialistas que fazem parte do Paralelo. Em um dos episódios um analista político descreve o PT como um fabricante de "não-problemas". E diz:

- É como a desigualdade salarial entre homem e mulher hoje. Não existe nenhuma mulher em nenhum cargo deste país que ela diga: 'eu estou aqui na mesma função no mesmo cargo do meu colega e recebo menos do que ele'. Nenhuma, não existe isso. A lei não permite isso, mas ele (PT) está lá falando isso - diz o especialista.

Além das séries Brasil Paralelo também organiza palestras e encontros e, aos assinantes, dá acesso a aulas com explicações como a do especialista que diz não existir desigualdade salarial entre homens e mulheres porque a lei veda.

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