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Idosa de 71 anos é abandonada em hospital e tem pé amputado

Família da idosa, a revisão da cirurgia só aconteceu 16 dias depois, quando o médico descobriu que a infecção havia evoluído

Redação iBahia • 23/08/2018 às 6:59 • Atualizada em 29/08/2022 às 10:28 - há XX semanas

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Sem conseguir um acompanhamento adequado do diabetes na clínica da família, a pensionista Jandira Felipe da Costa Antunes, de 71 anos, foi internada no último dia 3 de agosto no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, por causa de uma ferida no pé que não cicatrizava. No dia seguinte, teve dois dedos amputados. Segundo a família da idosa, a revisão da cirurgia só aconteceu 16 dias depois, quando o médico descobriu que a infecção havia evoluído, e o pé da paciente teria que ser amputado.

Problemas de atendimento vêm se repetindo, em função de equipes médicas desfalcadas e com alto índice de faltas. Na semana passada, os funcionários receberam apenas 35% do salário de julho e muitos já não têm dinheiro para ir trabalhar.

Foto: Reprodução

— O cirurgião vascular só apareceu 16 dias após a amputação e porque o familiar de um paciente que está na mesma enfermaria da minha mãe percorreu o hospital e trouxe o médico até aqui. O cirurgião viu o pé da minha mãe e disse que a infecção havia avançado muito e teria que amputar o pé. Depois disso, passou mais uma semana e nada foi feito — conta a filha de Jandira, Ana Maria da Costa, de 40 anos.

De acordo com o cirurgião vascular Jackson Caiafa, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, a equipe que operou deve rever o curativo no dia seguinte à cirurgia:

— Até que a cicatrização esteja avançada, o curativo deve ser visto diariamente pela equipe de cirurgia vascular.

Após Ana Maria procurar a imprensa ontem, a direção do hospital avisou que Jandira seria operada, mesmo sem o exame de arteriografia de que precisava antes da cirurgia.

— Mas depois disseram que ela iria fazer o exame no Instituto Estadual de Cardiologia, no Humaitá. Ela foi e voltou sem fazer nada, porque está usando um remédio que deveria ter sido suspenso dois dias antes do exame. O médico não sabia disso? Mais uma vez, nada foi resolvido — diz Ana.

Pacientes amarrados em macas

O abandono dos pacientes, em função de equipes médicas e de enfermagem desfalcadas e com alto índice de faltas, é denunciado por profissionais de saúde que, mesmo com o salário de julho atrasado, ainda estão indo trabalhar:

— Os pacientes estão abandonados. Temos feito até mais do que podemos, colocando nossa saúde e nosso registro profissional em risco. Na sala vermelha, onde estão pacientes graves, tenho feito plantão com apenas mais um técnico de enfermagem, cuidando de mais de 30 pacientes — diz uma profissional de enfermagem que pediu anonimato.

O cenário desse descaso choca até quem trabalha ali:

— Cheguei ao plantão e encontrei uma senhora com metástase sentada numa cadeira. Havia passado a noite ali, toda urinada.

No pátio do Pedro II, há caixas com camas hospitalares novas, sem uso. A Secretaria municipal de Saúde (SMS) informou que as 35 camas foram entregues esta semana para substituir as antigas.

Sobre o caso de Jandira, a SMS afirmou que, “no pós-cirúrgico, apesar da medicação e tratamento recebido, o problema vascular progrediu para o pé e foi solicitada pelo Sistema Estadual de Regulação vaga para arteriografia”. Com o resultado exame, a SMS afirma que será definida a melhor conduta terapêutica.

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