Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > brasil
Whatsapp Whatsapp
BRASIL

Moradores locais são maioria na obra da nova mina de Serra Pelada

Pelo menos 350 dos 500 funcionários da nova mina vivem na região. Comerciantes apontam sinais de aquecimento dos negócios

• 10/09/2011 às 19:22 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:50 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Zaquel Neto, que chegou à localidade de Serra Pelada com 16 anos
Quando chegou a Serra Pelada, em 1982, Zaquel Neto tinha 16 anos. Dormiu no meio do mato, fugindo da polícia, que não permitia que menores de idade ficassem no garimpo. Durante o dia, misturava-se aos cerca de 100 mil homens que invadiram a região em busca de ouro. Conquistou a carteira de garimpeiro aos 18 anos. Com o garimpo fechado, passou dificuldades durante quase 20 anos. Agora, usando uniforme, ele é um dos novos funcionários da nova mina de Serra Pelada, que deve entrar em operação no ano que vem, por meio de uma parceria entre a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa de mineração Colossus. Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro."A gente não acreditava que fosse mudar. Agora vai melhorar 100% [...]. Naquele tempo, a gente ia para a cava e não sabia se voltava. Todo dia morria gente. Agora vai ser diferente", disse o garimpeiro, que trabalha avaliando as terras de interesse de compra para a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa formada pela parceria entre a Coomigasp e a Colossus. A história de Zaquel Neto, que chegou a ter uma pequena participação no filme “Os Trapalhões na Serra Pelada”, é semelhante à de outros moradores de Serra Pelada, que já conseguiram emprego no novo empreendimento que começa a ser estruturado na região. Dos 500 funcionários que já atuam na construção da nova mina, 200 são de Serra Pelada e outros 150 de Curionópolis, cidade à qual pertence a localidade. "É a política da empresa de contratar mão-de-obra da região. Estamos qualificando para que eles possam fazer o melhor trabalho [...] Estamos priorizando pessoas jovens, com escolaridade [...] A gente percebe que eles têm orgulho do projeto", diz o diretor-geral da Colossus no Brasil, Paulo de Tarso Serpa Fagundes. O salário máximo de um trabalhador da nova mina de Serra Pelada é de R$ 1,4 mil. Luciléia Souza da Silva, 38 anos, teve na nova mina o primeiro emprego com carteira assinada. Por meio da associação de mulheres de Serra Pelada, ela foi treinada para trabalhar na cozinha do refeitório da nova mina. Em dois meses, é a coordenadora do refeitório. Recebe um salário mínimo por mês. Filha de garimpeiro, ela acredita que agora poderá dar um futuro melhor para os filhos. "Passamos muitas dificuldades, mas agora vai ficar mais fácil. Já posso comprar as apostilas para os meus filhos. Espero que eles estudem e tenham um futuro bem melhor pela frente", diz a funcionária da nova mina. Rosa Silva, 35 anos, chegou ao garimpo ainda criança, trazida pelo pai que sonhava em encontrar o ouro da região. Ali, casou e teve filhos. Conseguiu se formar em pedagogia e, este ano, concluiu a pós-graduação, ambos em Marabá. Assim como boa parte dos moradores da região, ela tem a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Atua como supervisora da área de relacionamento com a comunidade e vai coordenar o Centro de Desenvolvimento da Comunidade. O centro será um espaço destinado aos moradores instalado na casa onde antes morava o coronel Sebastião Curió, que era coordenador do garimpo quando começou a exploração em Serra Pelada. O nome do município de Curionópolis, ao qual pertence a localidade de Serra Pelada, foi uma homenagem a Curió. ComércioO anúncio do recomeço da exploração em Serra Pelada, previsto para o próximo ano, já começa a trazer mudanças para os moradores da região. A padaria de Ermi Rodrigues Santos, 56, fornece 500 pães por dia para o refeitório da nova mina de Serra Pelada. Ela está investindo os lucros para melhorar o empreendimento. José Domingos Oliveira, dono de um açougue na localidade, também prevê lucros. Segundo ele, o crescimento nas vendas já chegou a 30% ao mês. Ele diz investir o dinheiro extra na compra de um refrigerador para o comércio. "De uns oito meses para cá, a melhora foi boa. Já dá para tirar uns dois salários em meses de venda boa", conta o comerciante.
Centro de Serra Pelada concentra o comércio da localidade

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM BRASIL :

Ver mais em Brasil