Morreu neste sábado a ativista que ajudou a revelar os abusos sexuais cometidos pelo médium João de Deus, Sabrina Bittencourt. Uma nota de falecimento assinada por Maria do Carmo Santos, presidente da ONG Vitimas Unidas, com a qual Sabrina atuava, informou que a ativista, que tinha 38 anos, cometeu suicídio.
"Pedimos a todos que não tentem entrar em contato com nenhum integrante da família, preservando-os de perguntas que sejam dolorosas neste momento tão difícil. Dois dos três filhos de Sabrina ainda não sabem do ocorrido e o pai, Rafael Velasco, está tentando protegê-los", afirma a nota.
Segundo o texto, ainda não há informações sobre o local do velório, nem mesmo onde ela será enterrada.
"A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo."
Sabrina se dedicou durante meses a reunir relatos de vítimas sobre crimes que teriam sido cometidos por João de Deus. Ela encorajou as primeiras mulheres a relatarem os casos de abuso sexual sofridos. O médium está preso e já foi denunciado pelo Ministério Público estadual de Goiás por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
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Sabrina era ativista social pelos direitos humanos e bem-estar animal e atuava como voluntária na defesa de grupos vulneráveis há 20 anos. Em entrevista à revista Marie Claire, Sabrina afirmou ter sofrido abusos na infância de membros da igreja frequentada por sua família. Aos 16 anos, a ativista engravidou de um dos estupradores, mas acabou abortando. Ela também esteve por trás das denúncias de abuso de mulheres contra Prem Baba. Alvo de diversas ameaças de morte, vivia fora do Brasil e mudava de endereço frequentemente.
Recentemente, ele tinha assumido os cuidados com a carreira de MC Melody e sua irmã, conhecida como Bella Angel, que também é cantora. A ativista foi indicada pelo youtuber Felipe Netto, que havia criticado a sensualização de Melody em suas redes sociais.