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Polícia vai analisar sangue de cachorro de pastor; entenda

Dois filhos da deputada federal e do pastor foram presos suspeitos de matarem o pai

Redação iBahia • 18/06/2019 às 15:29 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:01 - há XX semanas

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Um dia após o assassinato do marido, a deputada federal Flordelis (PSD) começou a viver um novo drama: logo depois do enterro do pastor evangélico Anderson do Carmo, nesta segunda-feira pela manhã, dois de seus 55 filhos (51 são adotados) foram presos. Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico da parlamentar, tinha contra si um mandado de prisão por violência doméstica, e Lucas dos Santos, de 18, responde por um crime análogo ao tráfico de drogas, que teria cometido quando ainda era menor de idade. Oficialmente, a Polícia Civil não afirma que os dois são suspeitos pela morte do pai, porém ambos foram levados para a Delegacia de Homicídios de Niterói, que investiga o caso.

Foto: Reprodução

Mais cedo, o governador Wilson Witzel afirmou, numa entrevista coletiva após um evento, que o caso estava perto de ser solucionado e que um dos filhos do casal poderia estar por trás da execução — peritos identificaram 30 perfurações de bala calibre 9mm no corpo da vítima:

— A morte nos causa muita perplexidade. Estive com o secretário de Polícia Civil ( delegado Marcus Vinicius Braga ) e ele me disse que há suspeita de que um dos filhos adotados, não sei se formalmente ou informalmente, teria praticado o crime. Agora está nessa linha de investigação. Entendemos que é um fato lamentável, e espero que tudo seja rapidamente esclarecido.

Uma das linhas de investigação aponta que Anderson foi morto por conta de uma desavença na família: a descoberta de um suposto relacionamento extraconjugal do pastor teria revoltado alguns dos filhos do casal. No entanto, durante o enterro, Flordelis ficou indignada ao saber da declaração de Witzel e voltou a afirmar que o marido foi vítima de uma tentativa de assalto.

— Isso ( que o governador falou ) é uma grande mentira. Não é verdade. Não vou permitir que acusem um dos meus filhos sem provas — rebateu a viúva.
Análise de sangue em cão, e detalhe envolvendo o portão

O cachorro que circulava no quintal da casa estava aparentemente dopado no momento do crime. A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo requisitou à perícia que recolha amostras de sangue do animal para saber se ele ingeriu alguma droga para deixá-lo sem reação. Outro detalhe observado, é que o portão da garagem — em nova versão dada nesta segunda por Flordelis — estaria aberto numa região perigosa, onde houve vários assaltos, segundo a própria deputada.

Ela disse acreditar que foi uma tentativa de assalto e saiu em defesa os filhos, apesar ter ficado o tempo todo no interior da casa. Os criminosos, que entraram pela garagem, usavam capuzes e nada levaram.

O crime aconteceu por volta das 4h de domingo, pouco depois de o casal chegar em casa, após participar de uma confraternização. A deputada contou a PMs que, quando passava de carro com o marido pelo bairro de São Francisco, em Niterói, teve a impressão de que duas motocicletas os seguiam.

Instantes após o casal entrar em casa, no bairro de Pendotiba, Anderson, segundo Flordelis, voltou à garagem para buscar algo que havia esquecido dentro do carro. Foi nesse momento que recebeu dezenas de tiros. A deputada também havia dito que ele abriu um portão, mas, nestsa segunda-feira, afirmou que a garagem de casa costumava ficar destrancada.

Para a polícia, alguns fatos reforçam a tese de que o assassinato pode ter sido passional. De acordo com o laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal, o pastor levou vários tiros na região pélvica — peritos, contudo, não confirmam se os disparos foram direcionados para a genitália da vítima, pois há a possibilidade de as balas terem entrado por trás. Um único projétil entrou pela cabeça, segundo o documento, e também foram identificadas algumas perfurações no peito.

Existe ainda a suspeita de que o cachorro da família foi dopado. Peritos recolheram uma amostra do sangue do animal para análise. O crime, de acordo com investigadores, foi praticado por pelo menos dois homens, que estariam encapuzados.

Flávio dos Santos Rodrigues responde a um processo de violência doméstica movido pela ex-mulher, e teria descumprido uma medida protetiva determinada em janeiro pela Justiça. Ele passou a noite de segunda-feira na carceragem da Delegacia de Homicídios. Por sua vez, Lucas dos Santos, depois de prestar depoimento, foi transferido para uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).

Responsável pela investigação, a delegada Bárbara Lomba disse não ter dúvida de que o pastor foi executado, mas afirmou que a motivação do crime ainda está sendo investigada:

— Não estamos na linha de latrocínio, pelo que apuramos sobre a dinâmica dos fatos e também em razão do número de tiros que atingiram a vítima. Não foi possível ao perito legista confirmar as lesões de entrada e saída das balas, salvo uma perfuração na cabeça.

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