A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na entrega de chaves de 300 ônibus escolares para transporte crianças e jovens da zona rural de 78 municípios de Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (29). Ela enfrentou um protesto de centenas de produtores rurais desde a chegada ao hipódromo de Campo Grande, onde foi realizado o evento. Os manifestantes gritavam "respeite o produtor", "demarcação, não e produção, sim".
As vaias começaram logo quando a presidente foi anunciada, ao lado do governador André Puccinelli (PMDB). Dilma também ouviu vaias quando o prefeito da cidade, Alcides Bernal (PP), a chamou de "a melhor" presidente do país.
A presidente teve seu discurso interrompido diversas vezes pelos produtores. “Tem gente que acha que democracia é ausência de uns querendo uma coisa e outros querendo outra. Não é, não. Democracia é o fato de que há diferenças e de que a gente convive com elas, procura um ponto de equilíbrio e resolve as coisas. Eu não tenho problema nenhum, podem falar sem problema nenhum, só deixem eu concluir aqui o meu finalzinho, que eu estou no fim (do discurso)”, disse Dilma.
De acordo com a agência o Globo, o presidente da Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul, Eduardo Correa Riedel, disse que Dilma o recebeu antes do encontro e ouviu a reivindicação dos produtores em silêncio. A presidente recebeu um documento da entidade, que pede que as demarcações de terras indígenas feitas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) sejam suspensas até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre a questão.
“O que aconteceu hoje aqui é panela de pressão, é o limite. As pessoas não estão conseguindo mais conviver com os desmandos”, afirmou.
RoyaltiesNo discurso, Dilma disse ainda que enviará ao Congresso Nacional uma nova proposta sobre o uso integral dos royalties do petróleo da camada pré-sal na área da educação. A Medida Provisória (MP) 592 perderá validade no dia 12 de maio, caso não seja votada no Congresso. A comissão mista que analisa a proposta não chegou a acordo para a votação e decidiu adiá-la até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste a respeito das regras de divisão dos royalties.
“Nessa questão da educação, somos teimosos, somos insistentes, e vamos enviar uma nova proposta para uso dos recursos, royalties, participações especiais e o recurso do pré-sal, para serem gastos exclusivamente na educação. O Brasil precisa de duas coisas para melhorar a educação: da vontade de todos nós, a vontade política do governo e a paixão das famílias, mas também precisa de recursos”, afirmou.
Matéria original: Correio 24h
Dilma é vaiada em cerimônia de entrega de ônibus escolares
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