A presidente Dilma Rousseff disse estar indignada com o preconceito racial sofrido pelo árbitro Márcio Chagas da Silva e pelo jogador Arouca na última quarta-feira (5). Segundo ela, o futebol foi “manchado pelas cenas de racismo” contra os dois brasileiros.
Márcio Chagas foi alvo de ofensas durante partida do campeonato gaúcho em Bento Gonçalves (RS). Após o jogo entre Esportivo e Veranópolis, o carro do juiz foi encontrado com marcas de depredação e com duas bananas, uma referência ao termo macaco, pelo qual parte dos torcedores o chamou.
Arouca concedia entrevista após fazer um gol pelo Santos contra o Mogi Mirim, partida do campeonato paulista, quando também foi chamado de macaco. Depois do episódio, o atleta gravou um vídeo e publicou uma nota condenando os xingamentos racistas.
“Tenho a pele negra, cabelo afro e visto o mesmo manto branco que vestia o rei [Pelé]. Carrego orgulho no peito e sou muito grato a Deus por tudo isso”, afirmou no vídeo, se referindo à sua careira e aos títulos conquistados.
Segundo a presidenta, a Copa do Mundo deste ano será um evento pela paz e contra o racismo. “Estou convidando líderes religiosos do mundo a enviarem manifestações contra o racismo e pela paz”, escreveu em sua conta pessoal no Twitter, após informar que combinou com a Organização das Nações Unidas e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para que campeonato mundial sirva para combater o preconceito.
“Márcio e Arouca têm toda a minha solidariedade, assim como de todos os brasileiros. É inadmissível que o Brasil, a maior nação negra fora da África, conviva com cenas de racismo”, declarou Dilma, que já tinha se manifestado contra o racismo sofrido pelo jogador Tinga.
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