Candidatos justificam que a falta de ônibus no Distrito Federal (DF), motivada pela greve de uma das empresas que operam na capital federal, motivou o atraso e a consequente perda de horário para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os participantes disseram que saíram cedo de casa e, mesmo assim, esperaram horas pelo transporte público. Para alguns candidatos, minutos fizeram a diferença e eles foram barrados nos locais em que fariam o exame.
Aline Pereira, 18 anos, chegou segundos após o fechamento dos portões. Correndo, a estudante mal conseguia respirar. "Não tinha ônibus, tivemos que pedir carona!", indigna-se. Aline mora em Samambaia (DF). Ela e a amiga, Bianca Moreira, 18 anos, colega de classe, contam que chegaram na parada de ônibus às 9h.
"Não passou nenhum ônibus", diz a estudante. Apenas às 12h15, conseguiram carona para o Plano Piloto, região central de Brasília, onde fariam a prova. Ela usaria a nota do Enem para concorrer a uma vaga no curso de psicologia. No DF, os rodoviários da Viação Pioneira estão em greve por falta de pagamento de salários. A paralisação, que teve início na última quinta-feira (6), prejudica moradores de nove cidades administrativas.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Amós Ferreira, 19 anos, também se queixou da falta de transporte público. Desde às 10h esperava um ônibus em Ceilândia. Como não passou nenhum para o Plano Piloto, onde também faria o exame, ele pegou um ônibus para Taguatinga e, em seguida, outro. Quando conseguiu chegar ao Plano, pegou um táxi até a Asa Norte e pagou R$ 30. O estudante chegou alguns minutos após o fechamento do portão. Atendente em uma loja, ele quer cursar enfermagem. "O jeito vai ser tentar no ano que vem", diz.
Ângela Oliveira, 57 anos, diz que desistiu de fazer o exame. É a segunda vez que ela perde a prova. Na primeira, no ano passado, esqueceu o documento de identificação. Desta vez, não conseguiu um ônibus que a trouxesse de Taguatinga Sul para a Asa Norte. "Não vou mais tentar, estou cansada", diz a candidata que saiu de casa às 11h. Ela estuda gestão pública e quer fazer uma faculdade de administração em uma universidade mais próxima de sua casa. Neste sábado, os participantes fazem as provas de ciências humanas e ciências da natureza. Os portões fecharam às 13h, no horário de Brasília. Mais de 8,7 milhões de inscritos, número recorde, fazem a prova em mais de 1,7 mil cidades.
Em nota, o governo do Distrito Federal (GDF) informou, ontem (7), que reforçaria a frota de ônibus para atender aos alunos que tentam ingressar na universidade pelo Enem. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 160 mil alunos fazem a prova no Distrito Federal. De acordo com o GDF, a autorização de viagens extras foi feita de acordo com a demanda para linhas que atendem os locais das provas: Brasília (Asas Norte e Sul), Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo, São Sebastião, Santa Maria, Samambaia, Sobradinho e Taguatinga.
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