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Especialista comenta selfies em enterro de Eduardo Campos

"Não estou acima disso. Mas você precisa se perguntar: como seria essa experiência se você não a tivesse registrado?"

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19/08/2014 às 9:59 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:43 - há XX semanas
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A prática dos 'selfies' já tomou conta das pessoas no mundo inteiro. No entanto, embora seja comum o registro de momentos com o autorretrato nos tempos atuais, o ato têm fugido ao bom senso em algumas ocasiões, como a do enterro do ex-governador Eduardo Campos, morto no último dia 13 em um acidente aéreo. Segundo o pesquisador Andrew Hoskins, da Universidade de Glasgow, na Escócia, o avanço da tecnologia tem influenciado bastante para a mudança de postura das pessoas, que têm se preocupado mais com a prática em si, do que com o real registro do momento.
Em entrevista à BBC Brasil, ele comentou os vários 'selfies' tirados durante o sepultamento do ex-presidenciável, apontando a relatividade do que pode ser, ou não, considerado público e levantando a possibilidade de um certo exagero no ato. "Depende do ponto de vista de cada um. A noção do que é público se transformou com a tecnologia. E há agora o que eu chamo de compulsão pela conectividade. Então a pergunta a se fazer é por que as pessoas estão tirando selfies? Por que elas estão constantemente registrando tudo? A tecnologia sempre esteve presente nesse sentido, mas para mim há um ponto em que chegamos longe demais. É quando registrar o evento se torna mais importante do que ver o que está sendo registrado. Acho que esse momento estamos vivendo agora", disse, antes de rechaçar a necessidade de o momento sempre ser registrado com fotografias. Vereador explica sorriso de Marina Silva no velório de Campos"Tenho que participar da campanha por dois", diz viúva de Eduardo CamposViúvas dos pilotos do acidente que matou Eduardo Campos falam dos sonhos interrompidos Governador inaugura viaduto Eduardo Campos na avenida Paralela "Quando eu vou para um show, eu quero ver uma banda, eu vou para ver a performance. Eu não quero alguém diante de mim balançando o telefone, a câmera ou um iPad. Mas eu sou de outra geração, eu acho isso estranho. Eles claramente acham que não. Eles acham que isso é parte rotineira do que significa estar em um evento ao vivo. Essa "midiatização" dos eventos é algo que mudou muito nos últimos cinco anos". "Eu também vivo tirando fotos e gravando tudo o que acho interessante, não estou acima disso. Mas você precisa se perguntar: como seria essa experiência se você não a tivesse registrado? O que ela significaria para você uma semana ou dois meses depois sem aquele registro audiovisual? Quão importante é esse registro na formação da memória daquele evento? Outras pessoas construirão suas memórias sem isso e sempre foi suficiente", pontuou. Confira abaixo outros selfies polêmicos.

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