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Marido de repórter da Globo é espancado para não usar Uber

Um deles disse que só não me bateu porque eu sou mulher, porque ele não batia em mulher", relatou a jornalista

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10/08/2015 às 12:54 • Atualizada em 30/08/2022 às 14:46 - há XX semanas
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O marido de uma repórter da TV Globo Minas e do Sportv foi espancado por três taxistas após o casal tentar usar o serviço Uber ao sair de uma festa de aniversário. A jornalista Luciana Machado relatou a agressão em sua página na rede social Facebook. O aplicativo vem causado polêmica desde que o uso começou a ser implementado no Brasil. A repórter contou que não obteve ajuda da polícia, mesmo após ela passar pelo local onde a agressão ocorria. O marido de Luciana, Marcel Telles, também gravou um vídeo contando que estava sendo seguido por um taxista. No post, Lucaiana revela que um taxista tentou impedir a saída após eles entrarem no veículo, e que o carro foi cercado por mais dois homens. "Naquele momento eu não acreditava que três idiotas estavam ameaçando o motorista, a mim e o Marcel. Descemos do carro para questionar os taxistas que começaram a falar que estávamos usando um transporte ilegal, o que não é verdade. Assim que ficaram sabendo onde eu trabalhava, piorou", desabafou Luciana. "O sangue ferveu, não conseguíamos ir embora e no meio do bate-boca começou a agressão. Imaginem três taxistas contra seu marido! Um segurou o Marcel praticamente com um mata-leão, enquanto os outros foram pra cima dele", disse a repórter. "Um deles disse que só não me bateu porque eu sou mulher, porque ele não batia em mulher. Não sei se isso foi sorte ou azar". Eles fugiram ao perceber que uma viatura da Polícia Militar se aproximava do local. "Ingenuamente e muito nervosa, eu só fiz um pedido aos policiais militares que ali chegaram: 'por favor, nos ajude a sair daqui com segurança'. Os militares nem sequer pararam o carro, desceram ou registraram o ocorrido", relatou a jornalista. Segundo Luciana, esta não é a primeira vez que ela foi ameaçada por taxistas ao usar o aplicativo, e que ela se sentiu "insegura e violentada" por este último ato. Taxistas de diferentes partes do Brasil têm rejeitado a chegada do aplicativo Uber ao país, realizando manifestações e buscando articulações para proibir seu uso. A categoria, que teme perder clientes, questiona a legalidade do serviço que conecta motoristas autônomos e usuários de transporte.

Disponível em 58 países, o Uber foi lançado há cinco anos nos Estados Unidos e só chegou ao Brasil no mês de maio, quando iniciou suas operações no Rio de Janeiro. Para utilizar, o passageiro se cadastra no aplicativo ou pelo site, informando dados de cartão de crédito ou de uma conta PayPal. A partir daí, basta informar onde está e pedir o carro. O motorista deve ter uma carteira profissional e um carro considerado “de luxo”, lançado no máximo em 2009. Ele também precisa ter seguro do automóvel e seguro para o passageiro, além de não ter antecedentes criminais. Os motoristas cadastrados no Uber utilizam carros particulares, portanto, não contam com isenção de impostos como IPI, benefício oferecido aos taxistas. Inimigo mundial Presente em 150 cidades, o Uber coleciona desafetos em diferentes partes do mundo. Também foram registrados protestos contra o aplicativo em Londres, Paris, Berlim, Barcelona, Madri, Milão e Taipei, Bruxelas, Seul, Xangai, além de nos estados de Victoria (Austrália) e Virginia (Estados Unidos). Na América Latina, a Cidade do México foi a primeira a regulamentar o Uber. Até agora, nenhuma cidade brasileira demonstrou interesse na legalização. Segundo o secretário de Tranfportes do Rio, Rafael Picciani, o Uber viola uma lei federal, que regulamenta o transporte de passageiros com o uso do taxímetro, e também o direito dos taxistas, que pagam uma série de encargos. “Enquanto a Justiça não se pronunciar sobre a empresa, a prefeitura não vai aceitá-la. Vamos pedir à Justiça que proíba esses aplicativos”. Aplicativo não tem motoristas operando em SalvadorO Uber ainda não tem motoristas cadastrados em Salvador, mas se depender dos taxistas que rodam pela capital e do poder público, o aplicativo também não será bem-vindo. “É a publicidade do transporte clandestino. É uma afronta à normatização estadual e municipal”, afirma o secretário de Urbanismo e Transportes, Fábio Mota. “Não será regulamentado aqui e nós tomaremos as atitudes cabíveis para que o Uber não opere na nossa cidade”, completa Mota. A frota de Salvador é composta atualmente por 6.996 táxis. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas na Bahia (Sinditáxi), Carlos Augusto, os taxistas baianos estão apoiando as manifestações por todo país. “Estamos colaborando com o movimento e se o Uber chegar aqui, iremos combatê-lo”. As empresas que operam frotas de táxi acreditam que o aplicativo irá aumentar a clandestinidade no negócio ao operar sem a necessidade de licenciamento. “O Uber prejudica toda a categoria de taxistas. A tecnologia tem que facilitar a vida das pessoas e não fomentar a ilegalidade”, assegura o diretor da Bahia Táxi, Israel Silva.
Correio24horas

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