As mais de três horas de votação, com câmeras apontadas em direção ao microfone onde deputados diziam Sim ou Não com as mais incríveis justificativas (“Pela paz em Jerusalém” ou “Por Daiane, Matheus e Adriane”), trouxeram de volta à cena política um velho hábito: o papagaio de pirata. Em tempos de lava-jato, quando pode ser necessário explicar em juízo o que estava fazendo ao lado de determinado político, está ficando mais raro. Mas do microfone do plenário era difícil escapar. E quem queria escapar?
Um dos “papagaios”, inclusive tem grande semelhança com o humorista Agildo Ribeiro. E se tornou um mistério para quem assistia a votação. Os outros ‘papagaios’ se dividiam entre risos, vaias e incentivos a quem ia para o microfone proferir seu voto. O outro, mais novo, é o catarinense Fabrício de Oliveira, do PSB. Os dois passaram mais de três horas ao lado do microfone.A história política brasileira tem grandes papagaios de pirata - o mais notório era o deputado do Rio Wilmar Palis, muito ligado à escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Na época em que Tancredo Neves fazia “campanha” (para se eleger no Colégio Eleitoral), Palis era sempre visto ao lado do mineiro. O curioso é que até começar o Colégio Eleitoral, Wilmar era colado em Paulo Maluf. Jaiminho, morto em 2013 aos 87 anos, foi o que se tornou mais famoso - ele próprio costumava contabilizar como mais de 135 mil as aparições em telejornais, revistas e jornais impressos - fora os filmes e as idas a programas de auditório como atração. Foi a mais de mil funerais de celebridades. Mas morreu sem ter um impeachment no currículo.
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