O acordo assinado entre o governo do Espírito Santo e entidades de classe de policiais, na noite de sexta-feira, não obteve adesão dos policiais na manhã deste sábado. Eles seguem dentro dos quartéis e mantêm a paralisação iniciada há uma semana, no sábado passado, enquanto as mulheres e familiares completam o movimento ocupando as entradas dos batalhões.
A Secretaria de Segurança confirmou, pouco antes das 9h, que a situação continua a mesma no estado, e que os policiais não voltaram às ruas, como pretendia o governo ao assinar o acordo com as entidades. As associações já não têm mais liderança sobre a maioria da tropa, e fez infrutíferas tentativas, durante a madrugada, de convencer os policiais a voltar para as ruas. Pelo acordo com o governo, quem deixasse os batalhões até as 7h deste sábado, estaria perdoado e não seria processado. Não havia aumento salarial previsto.
A proposta não sensibilizou a maioria da tropa. No quartel do Comando-Central da PM, em Vitória, um grupo dos policiais tentou voltar ao trabalho nas ruas por volta das 7h40m, mas foi impedido de deixar o portão pelas mulheres. Dezenas de policiais, fardados, se dirigiram, em seus carros particulares, até o portão de saída da unidade. Duas policiais foram até a grade fazer um apelo às mulheres de PM para abrir o caminho, sem sucesso. A maioria da tropa, porém, manteve-se dentro da unidade.
Na manhã de sexta-feira, o governo e o comando da Polícia Militar anunciaram o indiciamento de 703 policiais pelo crime de revolta, quando há insubordinação armada e em conjunto. À noite, o governo fechou acordo com as entidades de classe de policiais garantindo perdão aos que ainda não haviam sido indiciados.
Com estes dois movimentos, o governo tentava pressionar os policiais a interromperem a paralisação neste sábado, mas não foi o que aconteceu. As entidades de classe não participaram deste movimento de paralisação e já não têm liderança sobre a maioria dos policiais.
A negociação do governo com as mulheres terminou na quinta-feira, quando uma reunião que durou 11 horas terminou sem acordo. Ainda neste sábado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vêm a Vitória para avaliar soluções para a crise.
Atualmente, há 3.000 homens de tropas federais (entre Força Nacional de Segurança, Exército e Marinha) patrulhando as ruas da grande Vitória e de cidades do interior.
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Redação iBahia
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