A pobreza na América Latina pode voltar a crescer, segundo alerta feito ontem pelo Banco Mundial (Bird). A instituição indica que 38% da população - 241 milhões de pessoas que não são pobres nem chegaram à classe média - são vulneráveis a cair na pobreza, ou seja, a viver com menos de US$ 4 por dia. E os pobres temem ser jogados na miséria.
A primeira consequência a ser sentida será a volta da informalidade no trabalho, que passará, segundo a previsão do banco, dos atuais 37% para mais da metade da população adulta do continente, se nada for feito. No Brasil, onde o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair em 2015 e em 2016, o nível de pobreza deve aumentar, ainda que menos que nos anos 80, quando havia menos políticas de suporte à renda dos menos afortunados.
Todavia, um possível aumento da pobreza no país seria temporário - afirma Marcello Estevão, especialista do Fundo Monetário Internacional (FMI). A América Latina e o Caribe, que formam a região mais desigual do mundo, sofrem com a queda no preço das commodities, a falta de investimentos em educação e a desaceleração chinesa. O CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina - calcula que uma redução de 1,5 ponto percentual no crescimento da China faça a economia local encolher 1,75 ponto percentual.
“Todos os países da região terão mais dificuldade para se recuperar”, alerta Pablo Sanguinetti, diretor corporativo de Análise Econômica do CAF, para quem os governos podem atenuar esses riscos. Os dados mostram que a pobreza na região está estagnada desde 2012. São 167 milhões de pobres, sendo 71 milhões de miseráveis.
A extrema pobreza já começa a mostrar tendência de alta, inclusive no Brasil. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), a miséria por aqui subiu, e 6% dos brasileiros são miseráveis.
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