A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ) instauraram inquéritos para investigar a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, na queda de um avião, na tarde desta quinta-feira. O avião em que o ministro estava caiu no mar próximo a Paraty, próximo a Ilha Rasa, na Costa Verde do Rio de Janeiro, matando outras quatro pessoas.
O pedido do MPF foi feito pela procuradora Cristina Nascimento de Melo. Nesta sexta-feira, serão feitas diligências no local do acidente.
Uma equipe de policiais federais, especialista nesse tipo de investigação, está no local do acidente para realizar o trabalho. O acidente será investigado também pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica, como é o protocolo nestes casos. Segundo informações da 167ª Delegacia de Polícia (Paraty), uma equipe da Polícia Civil também se deslocou para o local, acompanhada de peritos criminais.
A Infraero informou que o avião que caiu em Paraty era um modelo Hawker Beechcraft King Air C90, de matrícula PR-SOM. A assessoria do aeroporto, que serve para pousos e decolagens basicamente de aeronaves particulares, não divulgou quem estaria na aeronave.
Região tem histórico de quedas
Acidentes como o que matou o ministro do Supremo vitimaram políticos e outras personalidades brasileiras na região entre Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, e Santos, em São Paulo. O caso de maior repercussão no litoral sul do Estado do Rio aconteceu em 12 de outubro de 1992, quando o helicóptero que transportava o deputado Ulysses Guimarães e sua mulher, Mora, caiu no mar próximo a Angra dos Reis, provavelmente entre Paraty e Ubatuba, litoral norte paulista. Na aeronave também estavam o senador Severo Gomes e sua mulher, Ana Maria Henriquetta.
Também na mesma região, em julho de 2001, próximo a Maresias, no litoral norte paulista, a queda do helicóptero que transportava o empresário João Paulo Diniz, do grupo Pão de Açúcar, deixou dois mortos: a modelo Fernanda Vogel, namorada de Diniz, e o piloto Ronaldo Jorge Ribeiro. O empresário sobreviveu. Em fevereiro do mesmo ano, a queda de um ultraleve deixou paraplégico o cantor e compositor Herbert Vianna e matou sua mulher, Lucy, entre Mangaratiba e Angra do Reis.
Em uma tragédia que entrou para a História da política brasileira e mudou o cenário da campanha eleitoral de 2014, o candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, morreu em 13 de agosto daquele ano quando o avião em que viajava caiu em Santos, no litoral de São Paulo. No acidente que matou Eduardo Campos morreram mais seis pessoas: quatro assessores de campanha, o piloto e o copiloto. Na queda, o jato atingiu 13 casas, e dez pessoas ficaram feridas, todas sem gravidade.
Relator da Lava-Jato
Teori era o relator da Operação Lava-Jato no Supremo. Ele havia interrompido as férias nos últimos dias para analisar os acordos de colaboração premiada dos executivos da Odebrecht. Teori era o responsável por todos os processos da operação que chegam ao STF, envolvendo políticos e diretores das empresas investigadas.
Com a morte do ministro Teori Zavacki, o destino da Lava-Jato no Supremo ficou incerto e as apurações deverão atrasar. O Regimento Interno da corte determina que, em caso de morte, os processos devem ser herdados pelo substituto, que será escolhido pelo presidente Michel Temer. No entanto, um outro artigo do regimento afirma que “em caráter excepcional”, a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, poderá sortear o processo para outro ministro que já integra a corte.
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Redação iBahia
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