O médico e prefeito de Uruburetama (CE), José Hilson Paiva, é alvo de uma série de denúncias por parte das pacientes que relataram diversos abusos sexuais durante as consultas. O G1 Ceará teve acesso a 63 vídeos, filmados pelo próprio ginecologista, que mostram a série de crimes contra 23 mulheres diferentes. Os abusos aconteciam há décadas.
De acordo com a reportagem do G1, também exibida pelo Fantástico neste domingo (14), as imagens mostram Hilson com a boca nos seios das vítimas alegando que estava tirando secreção e penetrando pacientes afirmando que precisava 'desvirar' o útero delas.
O Ministério Público ouviu o relato que seis mulheres que relataram que denunciam o médico por abuso sexual desde a década de 1980, mas até o momento não houve nenhuma condenação. Outras vítimas afirmaram que tinha medo de denunciar o prefeito porque dependiam da prefeitura da cidade por causa do emprego.
"Nunca tinha ido em consulta nenhuma. Não sabia como funcionava. Se ele estava dizendo que era daquela maneira, eu tinha que acreditar", relatou à reportagem do G1 um mulher que foi abusada e não quis se identificar.
"Ele sempre trancava a porta, mandava a gente entrar e mandava a gente tirar a roupa. Pegava no seio, ficava pegando no corpo da gente, colocava o pênis dele na gente", contou uma outra vítima, que era abusada desde os 14 anos, à reportagem do Fantástico.
O secretário-geral da Associação Médica Brasileira, Antônio Jorge Salomão, disse ao Fantástico que, em nenhum momento, as imagens mostram um protocolo da medicina. "Em nenhum momento da humanidade existe esse procedimento. Isso é asqueroso."
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Para o vice-presidente da associação, Diogo Leite, a série de imagens mostram um crime.
"É indescritível as cenas que nós observamos. Não se trata de um médico. Trata-se de um monstro”, avalia o secretário-geral da Associação Médica Brasileira."São crimes graves. Muitas das imagens demonstram claramente um estupro da paciente, que precisam ser punidos severamente. São imagens repugnantes. São imagens de um criminoso que não faz medicina", pontuou o vice-presidente.
O que diz o prefeito e médico
Em entrevista à reportagem, o prefeito negou ter realizado abusos sexuais durante as consultas. Segundo ele, toda a situação é uma estratégia da oposição para afastá-lo do cargo.
"Eu nunca fiz nada forçado. Nada à força, não tive nada forçado. Isso é uma jogada da oposição. Querem me derrubar." Ele disse que as relações sexuais existiam, mas não no consultório.
Quando perguntado pelo repórter porque ele gravou as consultas, ele responder que o jornalista 'perguntou demais' e saiu do local.
Em nota enviada à reportagem, o advogado do prefeito disse que o cliente precisa ter conhecimento dos vídeos, pois apenas 'ouviu dizer' e que "aguarda as mídias para uma manifestação mais concreta sobre o caso". O comunicado diz ainda que a defesa ir ao Ministério Público para saber sobre a veracidade do material.
Veja o vídeo da reportagem:
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Redação iBahia
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