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Professor americano nega ter sido alvo de racismo em hotel de SP

"Eu não presenciei nada disso, foi uma pessoa que me falou", explica

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30/08/2015 às 8:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 0:40 - há XX semanas
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O neurocientista norte-americano Carl Hart negou ter sido barrado e vítima de racismo no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo, onde está hospedado para participar de uma conferência. Em entrevista ao site 'Fluxo', o professor esclareceu o ocorrido. "O que aconteceu foi que, assim que cheguei ao hotel, na quinta-feira, fui direto ao toalete. Quando saí, os organizadores do seminário vieram até mim para se desculpar por algo que teria acontecido assim que entrei no hotel. Segundo eles, um segurança iria me abordar porque eu não parecia pertencer ao lugar. Mas eu não presenciei nada disso, foi uma pessoa que me falou", explicou Hart.
Segundo o professor foi na noite de sexta-feira, após sua palestra, que descobriu que havia uma matéria afirmando que ele havia sido barrado no hotel. "Durante minha palestra, chamei atenção para a pouca quantidade de negros que participavam do seminário. Eram dois ou três, enquanto havia centenas de brancos. Não tinha relação nenhuma com o episódio do hotel, mas a reportagem associou as duas coisas. A matéria foi enganosa e viralizou. Eu quero que as pessoas entendam que, se tivesse sido discriminado, seria a primeira pessoa a falar sobre isso. E o Brasil tem sérios problemas de discriminação racial, então a indignação que sentiram em relação a mim deveriam expressar pelos próprios brasileiros. Não deveriam gastar essa energia comigo", defendeu o professor. Entenda o caso O professor norte-americano Carl Hart, da Universidade de Columbia, convidado para um seminário sobre a criminalização das drogas e de seus usuários em São Paulo, foi barrado antes do evento. Negro e com dreadlocks, a entrada do professor foi negada por seguranças do Hotel Tivoli Mofarrej, segundo o site 'BrasilPost'. A organização do evento precisou interferir para liberá-lo. Segundo o site 'Justificando', Carl fez uma crítica ao evento na abertura da sua palestra. “Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha”, disse Hart. Não havia nenhuma pessoa negra na plateia, formada por advogados, defensores públicos, psicólogos, assistentes sociais e áreas relacionadas. Neurocientista e doutor em estudos do comportamento e efeitos do uso de drogas em seres humanos, o professor de Columbia veio ao evento do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) para abordar como a criminalização do uso de drogas ajuda a marginalizar ainda mais os usuários. O próprio Hart já foi um usuário de entorpecentes. A situação que envolveu o professor de Columbia irritou o professor da USP Sérgio Salomão Shecaira, presidente da organização do seminário. “É bom para mostrar como vivemos em um país racista!”, afirmou, revoltado com a situação. Nas redes sociais, foram muitos os brasileiros que procuraram “pedir desculpas” a Hart pelo incidente.Ao Justificando, o Hotel Tivoli Mofarrej negou ter barrado Hart, informando que “constantemente aborda todos os frequentadores para direcioná-los corretamente aos seus destinos”. Em nota, o hotel ainda pontuou que não compactua com qualquer tipo de discriminação e que seus funcionários são treinados.

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