Depois das declarações feitas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), o Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu que pedirá a cassação do mandato do congressista. A reação do Partido foi motivada pela polêmica criada ontem, quinta-feira(24), pelo parlamentar ao criticar novamente as políticas de igualdade de gênero promovidas pelo atual governo."Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Jair Bolsonaro, conhecido pelos fortes embates que tem com movimento LGBT, se mostrou indignado com o Kit-Gay e não poupou a presidente Dilma Rousseff. "Pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau", afirmou. Logo após a fala de Bolsonaro, alguns deputados manifestaram repúdio às declarações: "O que nós ouvimos aqui foi um discurso que, se entendi direito, faltou com o decoro parlamentar ao fazer insinuações a respeito da própria presidente da República, quando acho que a opção sexual de qualquer ser humano, deputado, é uma questão de foro íntimo desse mesmo ser", pontuou o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ). "Eu não vou parar de falar"Bolsonaro, que chegou afirmou que não quis ofender a presidente, declarou hoje que não teria motivos para pedir desculpas sobre o episódio. Ele disse ainda que qualquer intervenção que faz serve como justificativa para processo. "Qualquer escorregada minha é motivo para processo, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar de falar, não fico mais em Brasília", afirmou. O parlamentar também não mostrou preocupação pela decisão do Partido dos Trabalhadores de protocolar o pedido de cassação. "Que me cassem, mas tenham vergonha na cara de enterrar esse projeto do kit-gay, já que Dilma não teve coragem de enterrar", disse. Na sessão de ontem, o setor de taquigrafia da Câmara, a Secretaria-Geral da Mesa mandou que a transcrição do discurso de Bolsonaro fosse retirada do site, para que palavras consideradas “antirregimentais” fossem excluídas do texto. Caberá agora a Marco Maia (PT-RS) decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
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| "Que me cassem", disse o deputado sobre o pedido do Partido dos Trabalhadores |
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