Relatório sobre o consumo de drogas no mundo, divulgado ontem pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), aponta o uso abusivo de medicamentos no Brasil e a estabilidade no consumo de drogas ilegais. De acordo com o relatório da ONU, “uma alta prevalência de uso não médico de opioides (analgésicos) de prescrição foi relatada pela Costa Rica, Brasil e Chile”. Os dados apontam que os medicamentos do grupo dos opioides, em especial aqueles à base de codeína (substâncias indicadas para dores causadas por tumores ou dores muito fortes após intervenções cirúrgicas), prevalecem na América do Sul, América Central e Caribe. “O uso não-medicinal de drogas de prescrição, como tipos de opioides sintéticos, tranquilizantes e sedativos, ou de estimulantes prescritos, é um crescente problema de saúde em vários países”, afirma o relatório. Na América do Sul, o documento aponta alto uso de opioides prescritos no Brasil e no Chile. Ambos os países, além da Argentina, também registraram altos índices de consumo de ATS (estimulantes sintéticos do grupo das anfetaminas), em sua maior parte prescritos legalmente como anorexígenos ou para o tratamento de transtorno de déficit de atenção, mas desviados para o uso não-medicinal. O relatório diz que drogas prescritas substituem outras drogas ilícitas por serem consideradas menos nocivas, já que são indicadas por médicos, por serem mais baratas que as proibidas e por serem mais aceitas socialmente.
Cocaína - Ainda de acordo com o documento da ONU, o “uso de cocaína agora é geralmente percebido como estável na América do Sul e Central”. Apesar dessa estabilidade, o relatório diz que o Brasil ainda tem cerca de 900 mil usuários de cocaína. Juntos, Brasil, Argentina, e Chile somam dois terços dos usuários de cocaína na América do Sul, América Central e Caribe.
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