Estudo mostra que uma nova combinação de drogas reduz o risco de uma mãe soropositiva transmitir o vírus para seu bebê. O resultado da pesquisa, da Universidade da Califórnia, nos EUA, em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), modifica o padrão mundial de tratamento para prevenção da transmissão vertical do HI. A pesquisa foi realizada com 1.684 crianças tratadas em 17 hospitais da África do Sul, da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil. É aplicável apenas nos casos de bebês considerados de alto risco, quando as mães não receberam o coquetel antiaids durante a gravidez. Com a primeira dose aplicada à criança em até 48 horas após o parto, o resultado é duas vezes mais eficaz que a terapia até então usual, com o antirretroviral AZT. Das crianças que participaram do estudo, 70% eram vinculadas a instituições brasileiras. As crianças foram separadas em três grupos e receberam diferentes combinações de medicamentos: o primeiro, com 566 crianças, tomou AZT; o segundo, com 562, AZT e nevirapina; e o terceiro, com 556, AZT, nelfinavir e lamivudina. A primeira dose foi ministrada nas 48 horas iniciais de vida do bebê, com continuidade do tratamento por seis semanas. Do total de crianças participantes, 140 foram infectadas antes da administração dos antirretrovirais: em 97, a transmissão ocorreu durante a gestação e, em 43, no parto. Após três meses de acompanhamento, a transmissão ocorreu em 4,8% dos bebês que receberam somente AZT, e apenas em 2,2% entre os que receberam AZT e nevirapina, e em 2,4% dos que tomaram AZT, nelfinavir e lamivudina.
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