“Sou preta, pobre, desdentada e tive 14 filhos, mas quero justiça” apelou Sheila Cristiana Nogueira da Silva, de 45 anos, após pedir para abrir o caixão e ver pela última vez o filho Carlos Eduardo Nogueira da Silva, morto no Morro do Querosene, no Rio de Janeiro, durante um confronto entre policiais e traficantes na última sexta-feira.As duas hora de atraso para o corpo chegar no Cemitério do Catumbi, no bairro de mesmo nome, na Zona Central do Rio, foram marcadas por comoção e protestos. Em homenagem, amigos soltaram pipas com as iniciais de Carlos Eduardo. Era o que ela gostava de fazer nos momentos de lazer na comunidade.Enquanto os familiares choravam, a mãe prometeu lutar por justiça antes do caixão ser fechado. — Sou dura, não tenho dinheiro mas vou lutar por você — disse.Após o enterro, os presentes caminharam do cemitério até o Morro do Querosene, em Santa Teresa. Em protesto, eles ocuparam uma das faixas da Rua Itapiru no sentido Tijuca, carregando faixas e gritando palavras de ordem. O protesto terminou Rua Azevedo Lima e os manifestantes subiram para a comunidade. Não houve violência.Família e amigos fazem homenagem no enterro de Carlos Eduardo Parentes e amigos de Carlos Eduardo Nogueira da Silva aguardam o início do sepultamento no Cemitério do Catumbi, no bairro de mesmo nome, na Zona Central do Rio. O enterro que estava marcado para as 15 horas deve começar com um atraso de duas horas. Morador do Morro do Querosene,em Santa Teresa, Dudu, como era conhecido, foi baleado na cabeça na tarde da última sexta-feira.O enterro, segundo Sheila Cristiana Nogueira da Silva, de 45 anos, mãe da vítima, está atrasado porque o rabecão teria enguiçado a caminho do cemitério. A administração do Cemitério do Catumbi entrou em contato com a funerária, que informou um atraso do IML na liberação do corpo.Com o atraso, aumentam as angústias da família. A mãe do jovem espera o corpo inconsolada. "Cadê o Dudu? Cadê o Dudu?". Além de toda a dor por causa da tragédia, a família ainda precisou fazer uma peregrinação para liberar o corpo dele. Com a suspensão do serviço de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) do centro do Rio, os corpos que precisam de perícia estão sendo levados para outras unidades fazerem a liberação. Sem certeza sobre o local onde o corpo estava, a família precisou ir ao IML de outro município, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
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Redação iBahia
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