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Suspeito de infectar mulheres com HIV diz: 'Elas sabiam'

Pena para o crime é de até quatro anos de prisão, além de pagamento de multa

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10/10/2015 às 11:19 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:41 - há XX semanas
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O suspeito de contaminar mulheres com o vírus HIV e indiciado pela polícia no Rio de Janeiro pelo contágio de moléstia grave, Renato Peixoto Leal Filho, de 43 anos, deu entrevista ao jornal EXTRA e afirmou que as mulheres contaminadas sabiam da doença. Durante a entrevista ao jornal, ele admite ser soropositivo e ter transmitido a doença para duas ex-companheiras, mas nega as acusações feitas na delegacia por duas supostas vítimas, que relataram uma insistência de Renato para manter relações sexuais sem o uso de preservativo e sem nenhum tipo de aviso sobre sua condição de saúde. "Eu nunca fiz isso (transar sem comunicar ser portador do HIV). E ninguém veio pra mim, falar comigo, que foi contaminada", afirmou. Renato credita as acusações a uma vingança de uma ex-namorada, que, após contatos via internet, mudou-se de outro estado para o Rio de Janeiro com o intuito de que os dois morassem juntos. O relacionamento durou cerca de dois meses, quando a jovem de 23 anos retornou para sua cidade.Em entrevista também ao EXTRA, ela contou ter descoberto que o então companheiro era soropositivo ao encontrar um exame em seu apartamento. "Eu o confrontei, mas primeiro ele negou. Só com muita insistência admitiu — disse ela, que ainda passou algumas semanas morando com Renato: — Ele era muito obsessivo e agressivo verbalmente. Eu tinha medo. Acabei indo embora escondida, com a ajuda de uma amiga", afirmou. Já Renato deu versões diferentes para o ocorrido durante a conversa de pouco mais de meia hora, dividida entre duas ligações. Primeiramente, informou ter avisado desde o início do relacionamento que era soropositivo — “quando ela soube, falou que não teria problema transar inclusive sem camisinha, porque queria ser mãe”, frisou. Minutos depois, entretanto, fez um relato semelhante ao da própria jovem: "Ela descobriu aqui em casa, através de exames da minha ex-mulher. Ela descobriu e eu abri o verbo. Até então, eu não tinha comunicado — reconheceu, antes de acrescentar: — Expliquei pra ela que, no meu caso, como me trato há muitos anos, o vírus é praticamente... o meu médico é um dos melhores do Brasil, eu mesmo pergunto sempre qual é o risco de pegar caso minha camisinha estoure e eu não perceba, e ele falou que é 99% de chance de não pegar. Isso porque sou um cara que se trata, porque tenho um vírus paralisado, praticamente morto. Ele não está reagindo. Não fico doente há muitos anos" Pouco mais tarde, porém, Renato voltou para a versão inicial: " Eu já tinha comentado com ela antes (de o exame ser encontrado). Não sei se ela não se ligou muito bem, mas deixei claro, sim. Questionado sobre o risco de contaminar outras mulheres, Renato ainda acrescenta: "Hoje a promiscuidade está muito grande, né. As garotas vão para a boate, saem, vão para o carrinho e transam. “Dão” mesmo. E às vezes um cara tem (o vírus HIV), mas não sabe e não se trata. Então, o risco de pegar com um cara desse é muito maior do que comigo, porque eu me cuido", afirmou. Entenda o caso O suspeito de transmitir de maneira intencional o vírus HIV para mulheres foi indiciado na noite da quinta-feira (8) no Rio de Janeiro após denúncias. Renato Peixoto Leal Filho, de 43 anos, negou as acusações através do advogado, embora tenha assumido ser soropositivo. A pena para o crime é de até quatro anos de prisão, além de pagamento de multa. A polícia começou a investigar o caso no fim de agosto, depois que uma das mulheres procurar a delegacia para denunciar o caso. Logo depois, outra mulher apareceu relatando o mesmo modo de agir do suspeito. Segundo elas, Renato abordava mulheres pelas redes sociais. Depois, marcava de sair e conhecer as mulheres. Sem informar nada sobre a doença, ele insistia para fazer sexo sem camisinha. Uma jovem de 23 anos morou no apartamento dele no início deste ano e acabou descobrindo que ele tem Aids. Depois de conhecê-lo pela internet, ela deixou o estado em que morava com os pais para ir ao Rio de Janeiro. Dois meses depois, achou um exame e descobriu que ele era soropositivo. "Eu o confrontei, mas primeiro ele negou. Só com muita insistência admitiu", contou ela ao Extra."Ele era muito obsessivo e agressivo verbalmente. Eu tinha medo. Acabei voltando para o meu estado escondida, com a ajuda de uma amiga", acrescenta. A jovem procurou outras mulheres que se envolveram com Renato para alertá-las da doença. Outras duas confirmaram que fizeram sexo sem preservativo com o suspeito, sem saber que ele era soropositivo. Nenhuma das três testou positivo para HIV. "O contágio, nesse caso, é secundário. São pessoas expostas a um risco grave", afirma o delegado Marcus Vinícius Braga, à frente do caso. Em áudios, Renato aparece ameaçando as mulheres e dizendo que não tem remorso de nada. "Infelizmente eu peguei essa p... (doença). Peguei tem um tempo atrás. Tem quase 15 anos. Outra coisa: eu estou cagando para esse exame agora. Não quero saber de p... nenhuma. Negativo ou positivo? Eu quero que se f... Prejudiquei quem? Quem que eu prejudiquei? Não tenho remorso. Assim, não prejudiquei. Não infectei nenhuma. As pessoas que eu infectei, no caso, elas me aceitaram. Foi a mãe da minha filha, e uma outra namorada que tive. Ficamos oito anos juntos. Tu quer me processar? Me processa. Só que antes de ir pra cadeia, eu me mato. Você acha que eu vou pra cadeia? Eu vou pra favela. Quero ver me pegar lá dentro. Quem se aproximar de mim eu meto bala. Não tenho nada a perder. Sua pir.., vagabunda. Denuncia lá", é ouvido em um dos áudios. "Revanchismo" O advogado de Renato, Rafael Faria, nega as acusações e diz que tudo se trata de um "revanchismo" de uma ex-namorada dele. "O Renato vem sendo perseguido por uma ex-companheira. Ele é portador do HIV, mas se cuida e não tem intenção de passar o vírus para ninguém. Ele está sendo difamando por conta do término de um relacionamento", garante. Em depoimento ao Extra, uma das jovens diz que ficou irritada quando Renato a obrigou a não usar camisinha. "Então pensei: “Nunca mais vou estar com esse cara”. Ele ainda insistiu, mas acabei cortando relações. Dois meses mais tarde, recebi uma mensagem dessas meninas dizendo que eu corria o risco de estar contaminada. Hoje, as vejo como anjos de Deus, mas foi um choque. Aí, entendi a insistência pelo não uso do preservativo, as coisas que ele dizia, que ia marcar a minha vida. Eu, por sorte, por força divina, não fui contaminada".

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