A tatuadora Flávia Carvalho, que mora em Curitiba, no Paraná, decidiu levantar a estima de mulheres que foram agredidas por antigos companheiros. A artista decidiu tatuar gratuitamente as mulheres, cobrindo cicatrizes deixadas pelas agressões físicas. "Uma mulher que sofre uma agressão física, já fica com a autoestima abalada, com o amor próprio abalado, e você poder resgatar isso dela através da tatuagem, através da arte é muito legal", disse a tatuadora ao site G1 Paraná. Segundo dados da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, em 2014, mais de 9 mil casos relacionados à violência doméstica foram abertos. De janeiro a julho deste ano, o número ultrapassa cinco mil.
A iniciativa da tatuadora é reconhecida pela secretária municipal da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro, tendo em vista as dificuldades das mulheres se reconhecerem após casos de de violência doméstica. "Colocar à disposição dela uma ação criativa, talentosa, uma alternativa para que ela possa se assumir, assumir a sua cicatriz, eu acho que o resultado passa a ser mais positivo e a mulher passa a ase aceitar de uma forma ainda melhor", disse a secretária municipal Roseli Isidoro ao G1. Uma das mulheres tatuadas por Flávia é Aline Garcia, que foi esfaqueada oito vezes pelo ex-namorado porque ele não aceitava o fim do namoro. Aline ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por vários dias. Um ano depois da agressão, Aline conheceu o trabalho da tatuadora e decidiu deixar as cicatrizes para trás. "É uma picadinha bem tranquila, bem suportável. Perto do que eu passei, bem tranquilo", disse Aline ao G1. A mulher ainda tem marcas nas mãos, braços e peito. A tatuagem escolhida foi um lobo com uma mulher, simbolizando a força feminina. "Esquecer, não tem como. São marcas que vão ficar no resto da minha vida. Só que, agora, com a tatuagem, a lembrança que eu tenho é outra. É uma marca de superação".
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