Paulinho Freire (PP) foi empossado nesta quinta-feira (1º) como prefeito de Natal (RN) em rápida cerimônia na Câmara Municipal. Ele era o vice da prefeita Micarla de Sousa (PV), afastada ontem do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), acatando pedido do Ministério Público Estadual. Durante a posse, Freire disse que se esforçará para regularizar a coleta de lixo, tapar os buracos das ruas e avenidas da capital potiguar e colocar em dia o pagamento dos funcionários públicos. Ele também prometeu reduzir o tamanho da máquina administrativa e fazer ajustes na equipe de governo. Nos últimos meses, sucessivos bloqueios judiciais nas contas da prefeitura causaram atraso nos pagamentos a vários servidores. Procurada, a assessoria da prefeitura garantiu que todos os serviços públicos municipais estão funcionando normalmente. Há apenas dois dias, a prefeitura divulgou mais uma nota informando estar momentaneamente impedida de saldar integralmente os salários de seus servidores e que, devido ao bloqueio na conta destinada ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios, 864 trabalhadores deixariam de receber seus vencimentos na data correta. Se a Justiça não acatar o recurso da defesa de Micarla, que o advogado Paulo Lopo Saraiva prometeu protocolar ainda hoje, Freire permanecerá à frente do Executivo local por 61 dias, até que o prefeito eleito, Carlos Eduardo (PDT), tome posse. A partir daí, assumirá uma cadeira na Câmara Municipal, já que foi eleito vereador na última eleição com 4,6 mil votos (a candidata mais votada recebeu 32.819 votos). Ao atender aos jornalistas, o novo prefeito evitou comentar as suspeitas contra sua antecessora, se limitando a dizer estar torcendo para que ela possa provar sua inocência. Freire era dirigente do América de Natal, posto do qual se desligou para concorrer. O pedido para afastamento de Micarla foi apresentado em 11 de outubro pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, que aponta fortes indícios do envolvimento dela nos fatos investigados pela Operação Assepsia. Deflagrada em 27 de junho, a operação investiga fraudes na contratação de organizações sociais para administrar unidades de saúde em Natal. Posteriormente, os contratos foram anulados. A defesa alega que Micarla não teve chance de se defender e que os indícios que o Ministério Público alega ter encontrado para atestar o envolvimento da ex-prefeita com o esquema são frágeis. O advogado Saraiva também disse que vai pedir o fim do sigilo processual a fim de que a sociedade possa conhecer a verdade.
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