Final do ano passado (2021), com a pandemia ainda em voga, comecei a ter episódios mais recorrentes de crises de ansiedade. Aliás, não sei o que seria de mim sem minhas sessões de terapia nessa pandemia, período também que me conscientizei que tinha TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), que está em dias graças ao meu trabalho árduo de autoconhecimento e às minhas consultas ao psiquiatra também. O fato é que a saúde mental ainda é vista e tratado com muito tabu, com distância, desinformação e preconceito. E a gente já está cansada de saber que essa combinação só faz mal.
Pois então, já não estava muito bem com as crises e fiz uma gravação junto a queridos filmmakers super difícil e complexa, que exigiu muita força física e emocional. Depois da gravação, ainda tive muitos problemas com a produção do cliente, ou seja, outra dor de cabeça. Um tempo depois, convivi com a perda física de um mestre, um ídolo, um chefe, um amigo, um mago pra mim. Isso sem falar na falta de dinheiro, da falta de expectativas positivas pro setor, pro Brasil. Deprimi legal.
Depois disso, alguns poucos trabalhos foram surgindo, comecei e tomar remédios que equilibrassem essa minha ansiedade crônica, combinados com exercício físico, terapia, Capão. Respiro. Essa foi minha história do ano passado para cá, mas sei que tem muita gente travando suas batalhas com todas essas questões da saúde mental. E as demandas não param: os equipamentos que precisamos, o dinheiro que não chega, o prazo apertado, o cliente que acha que a pessoa tem que virar a noite ou ainda, que audiovisual é só apertar um botão e tudo fica pronto. Não é.
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Eu escolhi e escolho a cada dia um ritmo saudável, que entregue eficiência com o bem-estar de todos os envolvidos. Mas isso não foi da noite pro dia: é consequência de anos de trabalho e autoconhecimento.
Afinal, para você entregar bons trabalhos, você tem que estar inteira, com a saúde física, emocional e espiritual em dia, se não o desequilíbrio impera e uma hora seu corpo vai chamar para uma conversa, que você não sabe como será. Isso é um alerta para todes, especialmente para o ramo do audiovisual, no qual eu vivo, é claro. Que sejamos mais atentos a tudo isso, mais empáticos e mais gentis com nós mesmos e nossos semelhantes. Às vezes é preciso saber pedir ajuda, estender o braço, e até a câmera. Sigamos atentos ao básico.
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