As celebrações em homenagem a Iemanjá reúnem baianos e turistas no Rio Vermelho, em Salvador, na manhã desta sexta-feira (2). Pessoas de diversos lugares do Brasil vieram para agradecer, pedir e exaltar a Rainha das Águas, que será homenageada ao longo do dia.
Para Laís Araújo, do Piauí, a vinda para a Bahia é importante para se conectar com o Axé e se redescobrir na fé.
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"Todos os anos eu estou aqui, sou filha de Iemanjá, então todos os anos venho para fazer minha oferenda. Para mim é muito importante [estar aqui]. Eu estava em um momento muito difícil da minha vida quando comecei a ter contato com a minha ancestralidade, me reconhecendo no Axé", relata ela, que hoje percebe que a dedicação à Rainha das Águas é uma parte essencial de sua vida.
"Tem funcionado muito essa minha reconexão, com a ancestralidade e reconectar com as religiões de matriz africana. Para nós que somos pessoas negras isso é fundamental", pontua.
Há também pessoas que vêm pela beleza da festa e pelo amor a Salvador, como é o caso de Tricia Oliveira, que é da Seilândia, no Distrito Federal. "Fui convidada por outras pessoas de religiões de matriz africana que falaram da festa, do quanto era bonito e importante, e eu senti que deveria vir", conta ela, que está pela primeira vez na festa em homenagem a Iemanjá.
"Estou sentindo uma conexão muito grande, acho que é um momento de reflexão, de agradecimento, de prospectar também o que a gente quer. Para mim está sendo muito bonito", enfatiza Tricia.
Os preparativos para a festa de Iemanjá, realizada há mais de 101 anos, começaram na noite de quinta-feira (1º), na Casa do Peso (ou Casa de Iemanjá), no Rio Vermelho. Na alvorada, por volta das 4h da manhã no dia 2, a celebração começou oficialmente, com a explosão de fogos de artifício. A fila para deixar as oferendas começou a ser formada cedo e segue o dia todo.
Ao lado da Casa do Peso é montado um barracão onde fica a oferenda principal preparada por pescadores e por um terreiro da cidade. Este ano, dois presentes serão ofertados: uma imagem da entidade, ofertada pelos pescadores, e uma pérola, que é a oferta do terreiro.
O pescador Roberto Pantaleão, 67 anos, será o responsável por conduzir o barco que vai levar o presente principal.
“Tem gente de outros países e continentes, de japonês a europeus, que chegam aqui no barracão onde tá o presente principal e ‘dá santo’. Já vi dezenas de casos assim. A energia que circula é inexplicável”, relata Roberto, aos risos.
Iamany Santos
Iamany Santos
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