Com o uso de um poderoso equipamento de raio-X, pesquisadores da Galeria Nacional de Vitória, na Austrália, descobriram uma obra pintada pelo célebre artista francês Edgar Degas há cerca de 140 anos. O retrato de uma mulher, provavelmente Emma Dobigny, uma das modelos favoritas dos artistas franceses do século XIX, estava escondido por baixo de uma outra pintura, também do impressionista Degas.
— Foi uma descoberta muito emocionante — disse David Thurrowgood, conservador na Galeria Nacional de Vitória, na Austrália, onde a pintura está exposta. — Não é todo dia que uma nova pintura de Degas é encontrada, neste caso, escondida bem na nossa frente.
Desde o início do século passado que a técnica de “underpainting” — uso de uma camada inicial de pintura que serve de base para outras — é conhecida, mas o retrato feito por Degas só pode ser descoberto agora, graças a uma nova tecnologia. Tentativas anteriores revelaram nada mais que fracos contornos. Por esse motivo, por muito tempo pensou-se ser impossível descobrir o que estava por trás do quadro.
O equipamento usado agora é conhecido como Síncroton Australiano, que é basicamente um acelerador de partículas que gera radiação para obter imagens de alta resolução em pesquisas, terapias ou análises forenses. A luz produzida “é um milhão de vezes mais brilhante que o Sol, muitas ordens de magnitude maior em potência e intensidade em comparação com os raios-X padrão, como os de hospitais”, disse à AFP o especialista no equipamento e coautor do estudo publicado na “Scientific Reports”, Daryl Howard.
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