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ECONOMIA

Alimentação e lazer ficam 10% mais caros em um ano, aponta FGV

Os maiores vilões dos aumentos foram shows, passagens aéreas, sanduíches e sorvetes

• 12/07/2015 às 15:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 10:13 - há XX semanas

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O preço do ingresso do cinema subiu e a pipoca está mais salgada. Viajar, comer fora e até curtir uma balada ficaram cerca de 10% mais caros. É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) que comparou os preços dos itens de diversão mais consumidos nesta época do ano em relação ao mesmo mês de 2014. Procurados sobretudo por conta das férias escolares, a maioria dos produtos e serviços destacados – que vão desde itens de lazer a alimentação – está com o preço maior em relação ao ano passado. É o caso de doces e salgados (9,95%), cinema (8,57%), sucos de fruta fora de casa (8,53%).Os maiores vilões foram shows (26,69%), passagens aéreas (16,99%), sanduíches (11,88%) e sorvetes (10,29%). Quando a família é grande, isso pesa, e muito, no orçamento. Mas nem tudo está pela hora da morte. Uma boa opção no período é ir ao teatro, 4,25% mais barato, ou aproveitar promoções em hotéis, com preços 1,65% menores.
“Os alimentos consumidos fora de casa, como sanduíche e refrigerantes, sofreram com a elevação dos preços dos alimentos e com a valorização imobiliária”, explica o economista da Ibre/FGV, André Braz. Segundo ele, também incidem sobre estes aumentos as tarifas públicas - incluindo aumento da energia elétrica, água e esgoto, além do avanço dos salários.“O mesmo vale para shows. Já as passagens aéreas estão maiores por conta da desvalorização do real ante o dólar”, complementa. O economista explica que o fato da variação dos preços de diárias em hotéis e ingressos de teatro estarem mais baratos é reflexo do período de baixa temporada e de oscilações comuns no mercado.“Os hotéis já estão lotados para julho, mês das férias escolares. No caso dos teatros, é comum ocorrer volatilidade”.
AlternativasCom a diversão mais cara, a advogada Jéssica Sousa, 23 anos, substituiu as baladas pelas festas na casa das amigas ou por curtir a programação gratuita da cidade. “Tudo aumentou. Desde o transporte o público, até a comida, o estacionamento nos shoppings e a balada”, conta.
Jéssica revela que em uma ida a boate chega a gastar mais de R$ 80 - cerca de R$ 25 com a entrada, R$ 40 com o táxi de ida e volta e R$ 15 de consumação. “Já em shows ou na pracinha, gasto quase a metade. Cerca de R$ 3 na ida, de ônibus, R$ 30 de táxi na volta e R$ 15 de consumação - o que dá cerca de R$ 48”.Segundo o educador financeiro Antônio de Júlio, o que Jéssica tem feito é apenas uma forma de economizar na diversão. A dica dele é que as pessoas pesquisem bastante e vejam como o dinheiro pode render mais.
“É possível driblar os preços altos e economizar com diversão. Existe lazer gratuito e nisso entra a criatividade. Sempre procure onde seu dinheiro pode ser usado para render mais”, recomenda o especialista.Apesar dos preços estarem altos, Antônio de Júlio diz que quem está com as contas em dia deve aproveitar as promoções do momento. Ele recomenda que as pessoas só gastem 10% da sua renda com diversão e lazer. “Se for fazer uma viagem e dividir a passagem, por exemplo, desconte da sua ‘cota’ de 10% ao mês”.EconomiaTambém pensando em enxugar o orçamento, o administrador Jorge Soares, 52, trocou as idas em restaurantes por refeições em casa. “É mais cômodo e seguro. Temos o lazer e economizamos, o que é essencial neste momento de crise”, diz.
Em um final de semana, ele e a esposa chegavam a gastar de R$ 200 a R$ 230 para comer. Hoje não gastam nem R$ 90. “Muitas vezes chamamos amigos ou eles nos chamam para suas casas e dividimos os gastos”, conta. “Uma vez cozinhei um fettuccine Alfredo. A massa custa R$ 8, a manteiga R$ 5, o creme de leite R$ 2,50 e o queijo ralado uns R$ 10. Já um bom vinho sai de R$ 27 a R$ 40. Na soma, não saiu nem R$ 30 por pessoa”, complementa. Se antes ele e a família gastavam R$ 1 mil por mês para comer fora, hoje gastam entre 75% e 70% menos, cerca de R$ 250 a R$ 300.A alternativa da estudante de Psicologia Ângela Magalhães, 23, para economizar foi trocar as idas frequentes ao cinema por filmes em casa. “Antes assistia de oito a dez filmes e gastava R$ 100 por mês. Hoje só vou duas vezes, e quando for um filme muito bom”. Ela conta que não deixa de assistir aos filmes, mas que faz o download dos títulos.A estudante Brenda Borges, 14, prefere ficar em casa e assistir filmes e seriados pela internet. “Coloco os filmes que ainda estão no cinema e em muito boa qualidade. O melhor é que não gasto nada e não saio do lugar onde estou”, diz. Com isso, ela economiza em média R$ 250 por mês.“Assisto cerca de oito filmes por mês e cinco séries. Se fosse comprar os ingressos daria uns R$ 50 e para boxes de DVD pagaria mais de R$ 200”, compara.Preço de itens de alimentação e lazer deverá cair apenas em 2016O preço dos itens de diversão deve subir ainda mais neste ano e, a partir de 2016, vai diminuir. A previsão é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Furtado Braz. De acordo com ele, com a queda da atividade econômica haverá aumento da taxa de desemprego e isso reduzirá o fôlego de consumo de muitas famílias.“Essa redução da demanda interromperá o ciclo de aumentos que os serviços vêm apresentando. Até o final do ano, os serviços já começarão a subir menos e, em 2016, provavelmente haverá espaço para queda no preço de alguns”, afirma.Neste momento, mais do que nunca, o consumidor precisa se atentar com relação ao seu orçamento. A especialista em finanças pessoais Bárbara Barroso recomenda que os gastos de cada pessoa sejam agrupados em categorias, sendo que a única que nunca deve ser alterada (a não ser para mais) é a fatia destinada à poupança. Cerca de 35% da renda deve ser destinada à habitação, 25% para alimentação e despesas diárias, 10% para poupança, 15% para transportes e 15% para outros tipos de crédito.Economize com a alta dos preçosFaça um orçamento: Cada pessoa ou família tem um padrão de vida e este não pode ser alterado. O dinheiro para diversão e lazer deve ser de 10% da renda da família. Curta sua casa: Entre as opções de lazer e diversão no lar estão cinema em casa, videogame com os amigos, jogar bola, andar de bicicleta. A recomendação dos especialistas é que as pessoas usem a criatividade.
Rateie os gastos: É possível juntar os amigos e negociar. Cada amigo pode levar um lanche, por exemplo, ou algum ficar responsável por comprar as comidas e bebidas e o grupo ratear o valor.Pesquise a programação da cidade: Existem diversas opções de passeios, oficinas, atividades em praças e sessões de cinemas e peças com desconto ou gratuitas.
Correio24horas

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