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Carta: a gestão do Vitória sob o olhar do mundo corporativo

Em artigo, Manoel Campos fala sobre a má temporada do rubro-negro e faz um paralelo com o cenário corporativo

• 21/08/2014 às 12:20 • Atualizada em 27/08/2022 às 0:28 - há XX semanas

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Nossos clubes seguem reforçando a ideia de que estão implantando uma gestão profissional. Para estabelecermos um paralelo entre os cenários corporativo e futebolísto, gostaria de contar uma história.
Certa vez, um presidente de uma empresa, recém-promovido para o cargo, foi recebido por seu antecessor, que lhe desejou sucesso na nova jornada e falou:
- Aqui estão três cartas, em momentos de dificuldade você deve abrir cada uma delas e utilizar como conselho o que a carta diz.
Os resultados não vieram, o executivo decidiu abrir a primeira carta e nela tinha escrito: “Coloque toda a culpa no antecessor”. Foi isso que ele fez, utilizou como argumento para os fracos resultados as decisões que seu antecessor tomou, erros de planejamento, dentre outros.
Mais dias se passaram, os resultados não apareceram e, com isso, tomou a decisão de abrir a segunda carta, que apresentava o seguinte conselho: “Rasgue tudo: processos, estratégia, modelo e desenhe tudo de novo”. Seguiu o conselho, reuniu seu time e redesenhou todos os processos da organização, inclusive trocando gestores e redefinindo a estratégia do negócio.
Os resultados também não se concretizaram e, já desesperado, o executivo resolveu abrir a última carta e nela tinha escrito: “Faça três cartas”.
É fato, comprovado em diversos clubes de outros países, que a implantação de uma cultura organizacional em times de futebol, detentores de grandes faturamentos e dignos de serem comparados a grandes empresas, é de suma importância. Implantar este ambiente não significa simplesmente trazer para o cenário futebolístico gestores com experiência organizacional, como fazem nossos times baianos. Liderança atuante, capacidade de planejamento e foco em resultados são três das principais características de qualquer líder organizacional.
Carlos Falcão, presidente do Vitória, e Marcos Moura Teixeira, terceiro diretor de futebol do clube no ano
No Esporte Clube Vitória, um time que se orgulha em ter um dos menores endividamentos dentre os vinte clubes que disputam a Série A, não se consegue transformar em resultados esta vantagem competitiva perante os outros clubes. No mundo corporativo, empresas mais alavancadas conseguem impor um ritmo mais acelerado nos negócios, estabelecendo metas mais ousadas, que com um bom planejamento e capacidade de execução conseguem entregar o resultado esperado.
No caso do rubro-negro baiano, após um bom ano de 2013, sendo Campeão Baiano e realizando uma das melhores campanhas no Campeonato Brasileiro de pontos corridos, o clube não conseguiu manter a base responsável por esta campanha. Na época, o principal motivo para esta debandada foi a restrição orçamentária, que, como qualquer empresa, passa por cenários de retração econômica e necessita se ajustar a este novo cenário, para o Campeonato Baiano.
Mas o que se viu foi a perda de um dos seus melhores jogadores para o rival, que não possui a mencionada vantagem competitiva, e se verificou que o verdadeiro motivo foi incompetência de negociação do gestor de futebol na época, que após outras retiradas, foi retirado. Tratou de manter a sua principal estrela, que por azar está afastada por seis meses. A sorte ou azar não existem no ambiente corporativo, mas apresentar um turnover de 60% do seu quadro de funcionários compromete o resultado de curto e médio prazo e é isto que estamos assistindo.
Fiasco na Copa do Nordeste e Copa do Brasil, perda de título do Campeonato Baiano e situação extremamente complicada no Campeonato Brasileiro. Tudo isto é consequência da estratégia da tentativa e erro utilizada para contratar 22 jogadores, 4 técnicos e 3 gestores de futebol. O erro não está somente na equipe de jogadores, nos técnicos e gestores de futebol que passaram, mas na liderança que é responsável pela gestão do negócio. E da mesma forma que funciona no ambiente corporativo, quando não se entrega resultados, deveria começar a escrever três cartas. *Manoel Campos é torcedor fanático do Esporte Clube Vitória
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