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SUSTENTABILIDADE

Empresa de cosméticos orgânicos rastreia fornecimento para garantir sustentabilidade

• 15/12/2015 às 9:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 10:29 - há XX semanas

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Há sete anos, quando escolheu trocar a vida de funcionária pública pela de empreendedora, Rose Bezecry estava rodeada de incertezas. A mudança era arriscada e a ideia de vender cosméticos orgânicos bastante inovadora. Nada garantia que o mercado brasileiro aceitaria bem estes produtos, que na época já eram produzidos por aqui, mas somente para exportação.

Mas a socióloga (que depois se formou também em cosmetologia, aroma terapia e massoterapia) não se deixou intimidar. Apostou no seu projeto e abriu, no setor de orgânicos do mercado Municipal de Curitiba, a Cativa Natureza, primeira rede de lojas do Brasil especializada na venda de cosméticos com insumos orgânicos rastreados. O portfólio de produtos, que inicialmente contava com apenas oito itens, agora já chegam a 108. São quatro lojas, sendo duas franquias, além de pontos de venda em todo o Brasil.

A empresa fabrica e comercializa principalmente itens de cuidado pessoal, como xampus, sabonetes e cremes hidratantes. Os produtos são todos elaborados com insumos de origem natural produzidos de forma orgânica, ou seja, sem o uso de nenhum tipo de agrotóxico ou fertilizante.

“Fico muito feliz, porque a gente acabou sendo um modelo. É gratificante ser uma inspiração”, afirma Rose Bezecry

A formulação final não permite, por exemplo, sulfato, formaldeído ou derivados de petróleo. “São 126 tipos de químicas nocivas, usualmente aplicadas em cosméticos, que nossos produtos não contêm, o que resulta em cosméticos com mais de 95% dos ingredientes de origem natural”, comenta Rose. A empresa toma ainda o cuidado de não utilizar insumos em que houve trabalho escravo ou desmatamento na cadeia e não realiza testes em animais.

Duas certificadoras
Para ter a certeza de que as matérias primas atendem a estes critérios, a Cativa conta com duas certificadoras. A primeira delas é a IBD – Certificações, que certifica que os insumos naturais são de origem orgânica, de extrativismo e de mercado justo. A segunda é o Tecpar - Instituto de Tecnologia do Paraná, que avalia o processamento dos produtos orgânicos, garantindo que chegam ao consumidor final isentos de contaminação química.

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Rose percebeu que o nicho era promissor e que precisava expandir o portfólio
Foto: Revista Soluções/Sebrae-PR

Rose explica que a empresa define seus produtos como cosméticos com insumos orgânicos rastreados, porque não existe ainda uma inscrição normativa do que são cosméticos orgânicos. “Isso faz com que esse termo (cosmético orgânico) não seja verdadeiro. O que temos é o rastreamento do cultivo até a formulação final”.

Nicho promissor
No caminho até esta receita de sucesso, Rose passou por muitas etapas. Em 2007, quando abriu a primeira loja, ela comercializava os produtos de empresas brasileiras que já fabricavam itens com o conceito natural e orgânico. Mas, logo a empreendedora percebeu que o nicho era promissor e que precisava expandir o portfólio. “Fiz parceria com indústrias. Desenvolvemos as fórmulas e criamos a marca própria”, conta.

Formulação final dos produtos dispensa sulfato, formaldeído ou derivados de petróleo

A inserção do produto no mercado enfrentou barreiras culturais. “A gente tem noção de cheiro, forma e cor. Não quer saber a procedência do que a gente passa na pele. Esse tipo de produto não tem fragrância sintética, ele tem um conjunto de óleos essenciais. Tem cheirinho de matinho, não é tão atrativo quanto o cheiro de uma fragrância”, comenta. Para superar esse desafio, Rose confiou na eficácia dos produtos e investiu no marketing. “A gente explica para o consumidor que realmente está comprando o verdadeiro cosmético natural, que tem a alma da planta”.

Outro desafio foi encontrar fornecedores dos produtos orgânicos, que são em sua maioria pequenos produtores. “Ao longo dos anos, com o aumento da cultura dos orgânicos no Brasil, foi ficando mais fácil, mas no início era difícil”, lembra. Para garantir o fornecimento, a Cativa estabelece parcerias com os produtores, que estão prioritariamente no estado do Paraná, mesma região onde está estabelecida a fábrica.

Logística reversa
Para fechar o ciclo virtuoso, a Cativa recebe em suas lojas as embalagens descartadas dos produtos. O PET é enviado a cooperativas, que transformam-no em novas peças.

Rose atesta o sucesso de sua empreitada e olha para o futuro com olhar positivo. Segundo a empreendedora, desde que a Cativa deu início às suas atividades, o mercado de produtos naturais já cresceu de 35 a 40%. “Fico muito feliz, porque a gente acabou sendo um modelo. Quem quer abrir uma loja de produtos naturais vem aqui e a gente passa as informações. Muitas empresas, inclusive as de produtos artesanais, tentam copiar as nossas formulações. É gratificante ser uma inspiração”, comemora.

(Via Centro Sebrae de Sustentabilidade)

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