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SUSTENTABILIDADE

Estudantes de Harvard exigem que universidade deixe de investir em petróleo e gás

• 10/03/2015 às 17:55 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:15 - há XX semanas

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Estudantes de Harvard alegam que a universidade estaria contribuindo para às mudanças climáticas

Tramita em uma corte do estado norte-americano de Massachussetts, desde novembro de 2014, uma ação movida por sete estudantes de Harvard contra a própria universidade, considerada uma das mais prestigiadas instituições de ensino do mundo. O motivo? Eles pretendem pressionar os administradores a deixar de investir em empresas de petróleo e gás, sob a alegação de que Harvard estaria contribuindo para mudanças climáticas.

Segundo informou a BBC Brasil, como muitas outras universidades, Harvard tem o que em inglês é conhecido como um endowment, capital formado basicamente por doações de ex-alunos ao longo da história e que é investido em áreas distintas para gerar mais receita.

Harvard tem um fundo estimado em US$ 36,4 bilhões. Se fosse um país, seria a 90ª economia do mundo. Para o grupo de estudantes, ao financiar operações de empresas petrolíferas, por exemplo, a instituição de ensino está afetando a vida de seus estudantes e de gerações vindouras. E precisa se distanciar dessas indústrias.

Para os estudantes e professores, a universidade não seria afetada financeiramente se interrompesse os investimentos nessas companhias.

São poucos estudantes (a universidade tem mais de 20 mil alunos), mas fazem barulho: por meio das redes sociais, convocaram o corpo universitário para eventos de protesto e "desobediência civil", incluindo uma ocupação da reitoria de Harvard.

Adesão de professores
Mais de 200 professores já se juntaram à causa por meio de uma carta aberta em que cobram da universidade uma "responsabilidade ética".

Harvard, num comunicado enviado à BBC Mundo, afirmou respeitar o ponto de vista dos manifestantes, mas criticou as ocupações como uma "forma altamente perturbadora de promover suas opiniões". "Essas táticas cruzam a linha entre persuasão e um interferência desrespeitosa e coerciva", dizia o texto.

Para os estudantes e professores, a universidade não seria afetada financeiramente se interrompesse os investimentos nessas companhias. Eles argumentam que a instituição mandaria uma importante mensagem política e moral graças a seu prestígio internacional.

Desenvestimentos
"Harvard está dando respaldo a um modelo de indústria que está extraindo e queimando combustíveis fósseis em níveis que ameaçam o futuro do planeta e as pessoas que nele vivem", disse um dos sete estudantes responsáveis pela ação judicial. A universidade alega que seus investimentos fazem parte de sua política educacional e não acredita que "deixar a indústria de combustíveis fósseis seja a resposta apropriada".

Harvard, porém, reconhece que o aquecimento global é um dos "problemas mais urgentes e sérios do mundo", mas explica que prefere combatê-lo com a investigação científica, a educação e a redução de sua "pegada de carbono".

Pesquisa da Universidade de Oxford afirma que o lobby contra combustíveis fósseis está avançando de maneira mais rápida que campanhas contra o tabaco, as armas de fogo e a pornografia

A recusa de Harvard vai na contramão de uma tendência de desenvestimentos adotadas nos últimos anos por uma série de organizações, incluindo a família Rockfeller, que fez fortuna com o petróleo, e outra prestigiada universidade americana, Stanford, que em 2014 anunciou o fim de investimentos em 100 companhias ligadas à "indústria do carbono".

Outras indústrias
Entretanto, já houve ocasiões em que Harvard cancelou investimentos. Nos anos 80 e 90, por exemplo, deixou de investir em companhias sul-africanas, por causa do apartheid, e na indústria tabagista.

Já o movimento contra combustíveis fósseis teve início em 2011 em algumas universidades norte-americanas e hoje teria chegado a a mais de 500 instituições em todo o mundo, segundo a campanha US Fossil Free.

E uma pesquisa da Universidade de Oxford afirma que o lobby contra combustíveis fósseis está avançando de maneira mais rápida que campanhas contra o tabaco, as armas de fogo e a pornografia, por exemplo.

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