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SALVADOR

Mulheres são 73% dos consumidores com dívidas no crediário

Perfil do principal usuário de crediário é mulher, jovem, solteira, com segundo grau completo e renda de até dois salários mínimos

• 21/07/2015 às 7:51 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:10 - há XX semanas

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Mulher, jovem, solteira, com segundo grau completo e renda de até dois salários mínimos. Esse é o perfil do principal usuário de crediário no Brasil, de acordo com estudo realizado pela MultiCrédito, empresa especializada em análise de crédito. Ainda segundo a pesquisa, 72,8% das dívidas com crediário são contraídas por elas - que devem, em média, parcelas de R$ 50,01 a R$ 199,99.

O principal motivo para o endividamento é o descontrole financeiro, que levou 72% das mulheres a perderem o rumo dos gastos com cartões intermediados por financeiras e carnês financiados pela própria loja, como aconteceu com a técnica de enfermagem Mariângela Bispo, de 39 anos. “Eu tinha cartão de tudo: Hipercard, C&A, Riachuelo e usava principalmente para comprar roupa, mas também usava o crediário para saque e empréstimo. Só que pagava sempre o mínimo e aí fui me embolando”, conta. Ela confessa que comprava muito além da quantia que podia pagar. “Era um ciclo que não tinha fim – devia, negociava, pagava e devia de novo”. Quando se viu sem crédito na praça, teve que buscar uma solução. “Não tenho mais cartão de crédito. Levei um tempo para pagar tudo, mas consegui. Isso me causou um estresse danado”. Consumo Segundo o educador financeiro Rodrigo Azevedo, o apelo ao consumo focado no sexo feminino é maior, o que impulsiona gastos que não estavam no orçamento. “O homem não tem aquela ansiedade em renovar o guarda-roupa, o impulso de consumo que é ofertado à mulher é mais forte”, explica. Inclusive, o assédio à oferta desse tipo de crédito para elas também é mais intenso. “Ela mal entra na loja para comprar uma coisa à vista e imediatamente é abordada por um promotor que oferece um cartão com um limite três vezes maior do que ganha”. Ainda nessa mesma abordagem, em menos de uma hora, a informação de dados pessoais se transforma em uma nova dívida. “O promotor só pegou seu CPF e você já saiu de lá com uma compra feita em um cartão que você nem recebeu ainda”, ressalta. A maioria dos que tentaram renegociar dívidas de crediário, segundo o estudo da MultiCrédito, tem entre 21 e 30 anos (31,60%) e de 31 a 40 anos (27%), e a maioria deles (50,3%) é solteira. A pesquisa identificou que 54,10% desses consumidores possuem 2º grau de escolaridade. A MultiCrédito revelou também que 30,5% dos que contactaram para renegociar a dívida recebem de um a dois salários mínimos, e cerca de 20% deles têm um rendimento mensal de dois a três salários mínimos. Dívida A também técnica de enfermagem Erislândia Sena, 38, não sabia que uma inocente ida ao shopping e uma fatura de R$ 280 no cartão de uma loja de departamentos lhe renderia uma dívida que em cinco anos já chegou ao montante de R$ 1,5 mil. “Acabei ficando desempregada e aí não consegui honrar o pagamento”, lembra a consumidora. Ela até tentou negociar, mas até agora não teve sucesso. “Na hora de fazer o cartão, eles são ótimos. Mas quando a gente quer negociar, não flexibilizam em nada, e eu só vejo os juros crescendo de uma forma absurda a cada carta de cobrança que me mandam”. O crescimento da dívida de Erislândia tem explicação. Os juros aplicados nas operações de crédito - que hoje chegam a 13,75% ao mês - são o que o governo chamou de remédio para tentar conter a alta inflacionária, como ressalta o economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon) Róridan Duarte. “A elevação da taxa de juros por si só inibe o cumprimento dos pagamentos em dia. O cenário de alta e as perdas com inadimplência retraem o consumo, mas aumentam o endividamento”, comenta. “Ou seja, quem oferta esse tipo de crédito fica mais restritivo e quem demanda paga mais caro por isso”, completa. A cobradora de ônibus Jeanne Viana, 36, está aflita ao ver a dívida inicial de R$ 85 pular para R$ 235 por conta de multas por atraso e juros na fatura que está devendo há alguns meses. “Minha filha é dependente do cartão e acabou gastando o limite com o que não estava no meu orçamento. E o pior é que ainda não tenho condições de pagar”. Para o educador financeiro Rodrigo Azevedo, mais uma vez, o conselho é saber usar o crédito. “Renda é uma coisa, forma de pagamento é outra. As pessoas precisam se planejar em cima do padrão de vida que possuem”, aconselha. Mas se a carta de cobrança já está batendo na porta, vale aguardar a melhor oportunidade de negociação. “Se a receita estiver toda comprometida é esperar para tentar um momento melhor para negociar. O que não pode é fazer uma outra loucura financeira para pagar um financiamento com juros além da conta”.
Correio24horas

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