O grande números dos aplicativos de entrega e a comodidade de ter seus produtos em casa fez com que os clientes aderissem ao delivery. Por causa da demanda, teve gente que até resolveu abrir um negócio ou ampliar o tamanho da empresa. Isso representa um sinal de retomada da economia, mesmo diante da crise.
De acordo com o diretor comercial do iFood, principal referência de delivery online de comida na América Latina, Felipe Crull, a demanda de entrega de alimentos durante a pandemia do novo coronavírus chegou a aumentar quase 400% em Salvador para pedidos para o café da manhã e 70% para o almoço entre março e dezembro de 2020.
"Verificamos uma consolidação do delivery online na capital baseado em fortes mudanças nos hábitos de consumo locais. O destaque vai para os pedidos de café da manhã nos finais de semana, que cresceram 488%. Por isso, esperamos uma demanda constante para 2021, com uma ampliação das opções de produtos oferecidas pelos parceiros iFood," pontuou Crull.
Uma oportunidade no meio da crise
Diante do isolamento social, o empresário Tiago Passos, que sempre trabalhou na área de educação física, viu na crise uma oportunidade para crescer.
“Os serviços de delivery alavancaram ainda mais no período da pandemia. Por trabalhar exclusivamente com vendas online, vi que seria uma oportunidade de driblar este período e ainda propagar o negócio para todo o Brasil. Além disso, muitas pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde e começaram a malhar em casa”, explicou o empresário.
Delivery como tendência
Foi a demissão que impulsionou Eliana de Souza e o marido a abrirem uma franquia do restaurante Brasileirinho em Salvador, empreendimento que vende refeições em caixinhas via delivery.
“Logo quando inauguramos, veio a pandemia e o delivery ficou ainda mais forte. Os aplicativos de entrega nos ajudam muito, pois são como uma vitrine, mas além disso temos que buscar estratégias e investimentos diariamente. Procuramos ter uma entrega rápida, que é o ponto principal de atendimento ao cliente, além de elaborarmos promoções nas redes sociais”, detalhou a empresária.
No fim de semana, o restaurante chega ao número de 120 pratos nos finais de semana, sendo que domingo apresenta o maior volume de atendimentos.
Ampliação dos negócios
Quando Maria Carvalho fundou o Nozu, restaurante de delivery de comida japonesa, ao lado da mãe, Isabel Campos, há cinco anos o serviço de entrega a domicílio era completamente diferente do que é hoje. Na época, pouquíssimos estabelecimentos ofereciam o serviço, hoje são mais de 100 que preparam pratos japoneses.
“A ideia de um novo negócio veio da oportunidade do momento. Nós já tínhamos a cozinha do Nozu, temos um conhecimento do serviço de entrega e nos preocupamos muito com o preparo e a segurança dos alimentos”, explicou Maria.
Ela disse ainda que mesmo que a pandemia tenha feito com que pessoas aderissem ao delivery devido aos restaurantes e bares fechados, ela acredita que essa tendência veio para ficar.
“Com o isolamento social, muitas pessoas que não consumiram delivery e tinham o hábito de sair para comer foram “obrigadas” a dar uma chance a este tipo de consumo e gostaram. Acredito que será algo que vai se consolidar mesmo após a vacina”, pontuou a empresária.