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SUSTENTABILIDADE

Priorização da gestão de resíduos sólidos nas cidades aumenta, diz Banco Mundial

• 24/03/2016 às 11:40 • Atualizada em 01/09/2022 às 9:28 - há XX semanas

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Moana Nunes, catadora de materiais recicláveis
Foto: Banco Mundial/Mariana Kaipper Cerratti

Para os moradores de Rosario, Argentina, o gerenciamento adequado de resíduos sólidos significa mais do que apenas uma cidade limpa. A abordagem do lixo melhorou a economia e o meio ambiente, de acordo com a prefeita da cidade, tendo “impacto direto sobre o que mais importa: a qualidade de vida dos residentes urbanos”.

“Nós tentávamos estar um passo à frente, assumindo o desafio de inovar enquanto procurávamos soluções”, disse a prefeita de Rosario, Monica Fein. “Nossa introdução de serviços de coleta modernizados resultou em uma mudança profunda na paisagem da cidade”.

Uma geração atrás, muitas cidades pelo mundo não tinham programas abrangentes de gerenciamento de resíduos sólidos. Os resíduos orgânicos eram alimentos para animais e resíduos de embalagens quase não existiam. Hoje, devido ao crescimento populacional, a rápida urbanização e desenvolvimento econômico, a gestão do lixo tornou-se um dos problemas mais urgentes do planeta.

Os trabalhadores informais desempenham um papel importante na maioria dos países em desenvolvimento

Em 2012, o Banco Mundial alertou no seu relatório “What a Waste”, prevendo um aumento de 70% do lixo urbano até o ano de 2025. Nesse mesmo ano, o documentário aclamado pela crítica “Trashed” olhou com profundidade a crise global de lixo.

Cidades no centro
Uma vez que a responsabilidade pela gestão de resíduos sólidos cai normalmente sobre os municípios, não é nenhuma surpresa que a questão esteja no topo da agenda de prefeitos em países ricos e pobres, de acordo com Ede Ijjasz-Vasquez, Diretor Sênior de Prática Global Social, Urbana, Rural e de Resiliência do Banco Mundial:

“Sem uma boa gestão de resíduos sólidos, você não pode construir uma cidade sustentável e habitável”, disse. “Não é apenas sobre soluções técnicas. Existem impactos climáticos, de saúde e os de segurança, bem como considerações sociais importantes, a partir da mudança de comportamento para inclusão de catadores, para que as pessoas e as sociedades sejam encorajadas a reduzir e reciclar o lixo.

Desde 2000, os empréstimos do Banco Mundial para projetos de gestão de resíduos sólidos atingiram 4,5 bilhões de dólares, apoiando 329 programas de resíduos sólidos em todo o mundo. Os projetos combinam o financiamento de infraestrutura e serviços de consultoria, e abrangem desde a coleta básica de lixo e disposição final até programas sofisticados de mudança de comportamento, reutilização e reciclagem.

Soluções inovadoras para desafios de longa data
Especialistas urbanos, sociais e de meio ambiente do Banco Mundial estão trabalhando para desbloquear soluções para alguns dos desafios no setor de resíduos sólidos.

Operações são caras. Em muitos países em desenvolvimento, a gestão de resíduos sólidos pode consumir de 20 a 50% do orçamento de uma cidade. Países em transição do status de baixa renda para renda média são particularmente atingidos, sem estrutura de imposto ou taxa para sustentar programas de resíduos sólidos e uma população acostumada a usar gratuitamente os lixões a céu aberto.

A Colômbia, um país que coloca 96% dos seus resíduos em aterros, resolveu esta questão através de um programa nacional que cobra taxas com base na capacidade da pessoa para pagar.

Mas se exigir pagamento, é necessário entregar. Os cidadãos não estão dispostos a pagar por coleta de lixo de baixa qualidade, no entanto, é impossível executar um programa de coleta de resíduos profissional sem uma base de receita sólida. O Banco Mundial está trabalhando em programas inovadores para estimular as receitas e, onde as instituições governamentais são fortes, parcerias público-privadas para aumentar a eficiência.

Os trabalhadores informais desempenham um papel importante na maioria dos países em desenvolvimento, onde de 15 a 20% dos resíduos são gerenciados informalmente por indivíduos ou microempresas que não são registados ou reconhecidos. Eles coletam, separam, reciclam e reutilizam os resíduos. “Nós desenvolvemos alguns modelos muito promissores para garantir que os trabalhadores informais de resíduos tenham oportunidades formais de emprego”, disse Frank Van Woerden, um engenheiro ambiental chefe do Banco Mundial.

A instituição está desenvolvendo e testando várias abordagens nas regiões em todo o mundo:

África: Depois de uma guerra civil de décadas na Libéria, lixões irregulares dominavam a paisagem de sua capital, Monrovia, com lixo transbordando para as estradas, canais e vias navegáveis. O Banco Mundial começou a apoiar Monrovia com a gestão de resíduos sólidos como uma intervenção de emergência em 2010, com um forte foco no fortalecimento da gestão financeira, aquisições, gestão de contratos e recuperação de custos. Um aterro sanitário e duas estações de transferência de resíduos já foram construídos, lixões ilegais foram removidos, e a coleta de lixo aumentou de 13 para 50%.
Leste da Ásia e Pacífico: Na China, a coleta municipal de resíduos sólidos aumentou de 31 milhões de toneladas em 1980, para 157 milhões de toneladas em 2009, com estimativa de 585 milhões de toneladas em 2030, desencadeada pela rápida urbanização e crescimento populacional sem precedentes. O Banco Mundial está financiando um novo projeto de resíduos sólidos em Ningbo, introduzindo a separação de resíduos no âmbito familiar para mais de 2 milhões de pessoas, e uma parceria público-privada para financiar a construção de uma estação de tratamento para processar resíduos de cozinha provenientes de habitações e mercados.
Europa e Ásia Central: Países como Azerbaijão estão no processo de lançamento de programas para capturar materiais recicláveis e reduzir o uso de matérias-primas. Esses países também estão mudando abordagens municipais em favor das regionais em tratamento e eliminação de resíduos, aproveitando as economias de escala.
América Latina e Caribe: Em três cidades da Argentina – Mar del Plata, Rosario, e Salta – os alimentos constituem de 15 a 30% dos resíduos em seus aterros. Estratégias para reduzir o desperdício de alimentos têm sido desenvolvidas para estas cidades, incluindo parcerias com a indústria alimentícia para a conscientização, trabalhando com redes de bancos de alimentos para incentivar a doação de alimentos e aumentar a separação e tratamento de resíduos alimentares para criar um composto de alta qualidade.
Oriente Médio e Norte da África: Esforços recentes têm resultado no desenvolvimento de novas instalações de aterros sanitários, lançado iniciativas de reciclagem, e melhora significativa das condições dos catadores. Dois grandes aterros sanitários foram construídos na Cisjordânia, servindo 1,5 bilhão de habitantes. Um terceiro projeto na Faixa de Gaza irá fornecer serviços de resíduos sustentáveis para quase metade da população. No Marrocos, há ênfase em iniciativas de transformação de resíduos em recursos para aumentar a quantidade de material recuperado, explorar energia de resíduos e fornecer oportunidades de empregos seguros e formais para recicladores informais.
Sul da Ásia: No Nepal, a Parceria Global em Ajuda Baseada em Resultados no Banco Mundial está financiando um projeto inovador que preenche a lacuna financeira entre os custos dos serviços de gestão de resíduos sólidos e as receitas arrecadadas. Na Índia, um projeto que abrange toda a cadeia de valor de resíduos – desde a coleta ao processamento à disposição final – está em preparação, potencialmente beneficiando até 3 milhões de pessoas em cidades selecionadas no estado de Uttar Pradesh.

(Via ONU Brasil)

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