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Questões raciais inspiram negócios de mulheres negras

Alane Reis, Camila de Moraes, Ivana Sena e Luciane Neves falam sobre o trabalho que desenvolvem na Bahia

Redação iBahia • 31/08/2016 às 12:52 • Atualizada em 28/08/2022 às 13:28 - há XX semanas

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Chegar ao sucesso no mundo da comunicação, não é uma tarefa fácil para empresas não ligadas às grandes mídias. Quando os produtos são focados na temática racial e ainda são comandados por mulheres, os desafios são maiores, considerando que o Brasil ainda é um país que sofre muito com o machismo e o racismo. Entretanto, não é impossível! Prova disso é o trabalho desenvolvido na Bahia por Alane Reis, Camila de Moraes, Ivana Sena e Luciane Neves, deixando suas marcas na história da imprensa negra brasileira.

				
					Questões raciais inspiram negócios de mulheres negras
Ivana Sena, Luciane Neves, Alane Reis e Camila de Moraes
Pioneira e inspiração para outras jovens negras, Luciane está no ramo da comunicação há mais de 10 anos. A publicitária foi uma das fundadoras do Instituto Mídia Étnica e do Portal de Notícias Correio Nagô. “O IME surgiu em 2005, na Semana Nacional da Democratização da Comunicação, com o objetivo de dar visibilidade à temática racial na mídia. Um grupo formado por jovens negros, inquietos e inconformados com a representatividade da comunidade negra nos meios de comunicação. Já em 2008 criamos o portal, sendo o primeiro instrumento de divulgação da temática racial do Nordeste”. O Instituto localizado no centro de Salvador é o principal ponto de encontro e reuniões de comunicadores negros do estado. Veja também: Irmãs baianas empreendem e viram símbolos de estética e empoderamento negro
Já Alane, Camila e Ivana criaram revistas, veiculadas de formas impressas e eletrônicas. Alane Reis, jornalista, que nasceu entre o bairro de Nordeste de Amaralina e a cidade de Cachoeira, criou a Revista Afirmativa a partir da manifestação de pessoas negras, mulheres feministas e atuantes de movimentos sociais. “A compreensão da indústria da mídia, do fazer jornalismo, é algo muito difícil. O mercado emprega pouco”, disse. O produto surgido em 2014, com apoio da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), atualmente se desenvolve por meio de editais. “Sempre nos pegamos no ‘nó’ da sustentabilidade. De como aprender a empreender e como se funciona a legislação de investimento na comunicação”.
Para Camila de Moraes, gaúcha que mora em Salvador há seis anos e criadora da revista eletrônica Acho Digno, lançada em 2014, o reconhecimento é também para além da questão financeira: “o retorno se dá quando as pessoas escrevem falando que se identificam com as pautas”. E completa: “a revista busca trazer o novo, a beleza de cada indivíduo, o prazer em fazer arte em outras perspectivas”.
Através do projeto Identidades Transatlânticas, aprovado no edital de Mobilidade Artístico Cultural da Bahia, Camila está em um intercâmbio em New York, para fazer a conexão entre mídias negras do Brasil e dos EUA e realizar a produção de ações em cultura e a arte no Harlem, Bronx e Brooklyn. “Tenho visto a imprensa negra com muito poder”, enfatiza.
Como nem tudo é alegria no engajamento social, empreender e ter renda continua disso é preciso. Ivana destaca como é desafiador “encontrar parceiros e financiadores que entendam a população negra como consumidores e produtores de conteúdos”. A Quilombo é uma revista impressa que já teve alcance e distribuição para outros estados, como São Paulo, e países, como Angola, mas para a publicitária e educadora a lógica do lucro financeiro precisa se apresentar mais para essa área.
Ivana destaca ainda que, para empreender na comunicação, além de força para vencer as dificuldades “é preciso ética” e entender as estratégias do mercado, em especial, se os produtos tiverem distribuição gratuita, como são os casos da maioria das revistas que cobrem pautas raciais atualmente no país.
*Midiã é jornalista e responsável pelo site Lista Negra, que conta histórias de vida de empreendedores negros e escreve para o iBahia.com às quartas-feiras.

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