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ECONOMIA

Supermercados dividem o valor do chocolate em até seis vezes

Mesmo gastando menos, o consumidor não abriu mão do chocolate e usa do benefício oferecido pelos estabelecimentos

• 26/03/2016 às 10:04 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:14 - há XX semanas

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Mesmo sabendo que vai devorar o ovo de Páscoa antes mesmo de terminar de pagar por ele, os consumidores que estão com o bolso apertado aproveitam que a maioria dos supermercados está dividindo o produto em até seis vezes sem juros no cartão para manter viva a tradição de amanhã de distribuir chocolates. O CORREIO passou pelos principais supermercados da capital baiana, que reabrem hoje depois de ficar fechados por conta da Sexta-Feira Santa, e constatou que mesmo gastando menos, o consumidor não abriu mão do chocolate, ainda que este seja pago em suaves prestações.
Foi o que fez o segurança Nelson de Jesus e a esposa, a dona de casa Suelen Santana, que saíram do supermercado com o carrinho cheio. “Sempre compro ovos para a família inteira. E como a cada ano nasce uma nova criança, a conta só aumenta”.

Nelson Jesus e a esposa, Suelen, sempre parcelam os ovos de Páscoa (Foto: Almiro Lopes/Correio)

Para garantir o chocolate, o segurança teve que parcelar as compras no cartão de crédito em seis nada doces prestações. “No ano passado, eu dividi o valor em dez vezes. Este ano, estou parcelando em seis vezes porque foi o máximo que eu achei, senão parcelaria ainda mais”, diz. No total, o casal comprou 11 ovos de Páscoa e desembolsou R$ 229.
Irresistível Apesar de gastar menos, o brasileiro não abriu mão do ovo de Páscoa na Semana Santa. A maioria nem pensa em substitui-lo pelas barras de chocolate, que sempre tiveram um valor bem mais em conta. Em 2015, 64% dos consumidores pretendiam comprar outros chocolates em vez do tradicional ovo de Páscoa.
Este ano, o número caiu para apenas 49%. Os dados são de estudo feito pela Dunnhumby, multinacional que estuda o comportamento do consumidor. Entre os entrevistados, 57% farão uma comemoração mais econômica, contra 50% no ano passado.
Mesmo com o orçamento no limite, a estudante Amanda Baraúna foi ao supermercado à procura de promoções. No total, comprou oito ovos e levou mais quatro grátis. “Sempre procuro ovos que estão no estilo ‘pague um, leve dois’. Assim, economizo e levo mais presentes para os amigos”.
Amanda avalia que os preços dos ovos este ano aumentaram. “No ano passado, eu comprei um ovo grande por R$ 19,90. Agora, ele está custando R$ 30”. Apesar disso, ela adquiriu a mesma quantidade de ovos que em 2015. “Como dá para dividir, é melhor. Vou parcelar em três vezes”, explicou.

Amanda Baraúna foi ao supermercado em busca de promoções (Foto: Almiro Lopes/Correio)

Ainda que chocolate seja um doce difícil de resistir, o educador financeiro da DSOP Educação Financeira Rodrigo Azevedo recomenda que o consumidor precisa levar em conta o dinheiro que tem no bolso. “O chocolate será consumido em 10 minutos e o seu orçamento vai estar comprometido com estas parcelas durante seis meses. Não deixe que isso venha causar um transtorno depois”.
Se a opção é manter a tradição, vale trocar o ovo de Páscoa pela barra de chocolate. “Se não tem grana para comprar não faça a dívida. A barra de chocolate é legal e ainda vai sair mais barato”. Para aqueles que mesmo com o orçamento no limite seguem insistindo no ovo de Páscoa, ele alerta que é preciso ponderar se a parcela caberá no orçamento. “Vai ser necessário achar na despesa algo que ele possa cortar para poder pagar esta parcela do ovo de Páscoa e não ter problemas mais tarde, nem que seja abrir mão da pizza no fimde semana”, diz Rodrigo Azevedo.
Mais chocolate

As aposentadas Alcione e Noemi Brito encontraram no chocolate caseiro a solução para economizar e, ao mesmo tempo, agradar os filhos e netos. Com R$ 30 produziram 10 chocolates em casa com direito ainda a casquinha crocante e recheio de bombons.
“Fizemos os ovos e a gente não gastou nem a metade da barra que custou só R$ 16. Ainda deu para comprar também o bombom do recheio, o crocante e a embalagem. Ficou uma delícia e foi supereconômico”, conta Alcione. Com a receita na ponta da língua, a aposentada ensina direitinho o passo a passo de como fazer: “É só comprar qualquer barra de chocolate do tipo fracionado, raspar bem fininho e derreter em banho maria no fogão ou no microondas. Coloca os flocos e o chocolate na forma e leva para o congelador. O ponto certo vai ser quando ele estiver todo branco. Agora é colocar o recheio e usar parte do chocolate que foi derretido nas bandas e embalar. Pode ter certeza, que não é chocolate de quinta. Fica top de linha”, garante. Quase metade dos brasileiros tem algum tipo de parcelamento Não é só ovo de Páscoa que o brasileiro tem parcelado. De acordo com uma pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), 45% dos consumidores estão pagando algum tipo de parcelamento. No mesmo período do ano anterior, o índice era de 33%. O levantamento, que ouviu 1,2 mil pessoas em 72 municípios do país entre eles as cidades baianas de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Simões Filho, Gongogi e Presidente Tancredo Neves, mostra que o cartão de crédito é o meio mais usado como financiamento, sendo a opção mais preferida por 47% dos entrevistados que costumam dividir suas compras a partir da utilização de alguma linha de crédito. “No momento em que a renda do brasileiro é impactada pela inflação, alta dos juros e desemprego há uma propensão maior em contratar um financiamento”, explica o gerente de Economia da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. Entre os produtos mais comprados, a liderança fica com os eletrodomésticos (24%), seguido pelos artigos de vestuário (19%), pagamento de dívidas (17%) e compra de eletrônicos (17%).

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