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SUSTENTABILIDADE

Tênis é feito no Brasil com algodão orgânico e borracha sustentável da Amazônia

Os amigos de infância franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp viajaram pelo mundo em 2003, durante um ano, a fim de estudarem projetos de sustentabilidade de grandes empresas. Para tanto, largaram carreiras estáveis nos bancos Société Génerale e Morgan Stanley. Decepcionados com o que viram, e encantados com a floresta amazônica, decidiram criar uma marca de tênis diferente, que busca respeitar o ser humano e a natureza. Nascia a Vert, sucesso na Europa, mas cuja fabricação é made in Brazil.

• 15/10/2013 às 14:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:22 - há XX semanas

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Algodão (que vira a lona do calçado) é cultivado sem insumos químicos por associações de agricultores do Brasil
Fotos: Divulgação

Os amigos de infância franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp viajaram pelo mundo em 2003, durante um ano, a fim de estudarem projetos de sustentabilidade de grandes empresas. Para tanto, largaram carreiras estáveis nos bancos Société Génerale e Morgan Stanley. Decepcionados com o que viram, e encantados com a floresta amazônica, decidiram criar uma marca de tênis diferente, que busca respeitar o ser humano e a natureza. Nascia a Vert, sucesso na Europa, mas cuja fabricação é made in Brazil.

Produzido no Rio Grande do Sul com algodão orgânico do interior do Ceará e borracha sustentável da Amazônia, o tênis começou a ser vendido no país em setembro. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a ideia do calçado nasceu depois de a dupla conhecer o modelo de negócio diferente da companhia de alimentos francesa Alter Eco, um de seus clientes, que comprava palmito de pupunha de uma associação de produtores de Rondônia que, por sua vez, beneficia agricultores que cultivam alimentos com grande preocupação de preservar a natureza.

Ali, os amigos perceberam que o produto que chega às prateleiras pode, de fato, ter uma história positiva por trás. E o Brasil, com organizações não governamentais e cooperativas parceiras, pareceu-lhes o ambiente ideal para dar início a um negócio “ambientalmente correto.

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Apresentação do tênis na Semana da Moda de Paris, em 2004, quando foi adquirido por duas lojas francesas e uma japonesa

O algodão (que vira a lona do calçado) é cultivado sem insumos químicos por associações de agricultores do Brasil. A maior parte da pluma vem da cidade de Tauá, no interior do Ceará. A produção envolve 700 famílias que vendem a matéria-prima diretamente à empresa.

A borracha vem da Cooperativa Chico Mendes, que inclui 40 famílias de seringueiros donas do próprio negócio. O leite que eles extraem da árvore (sem cortá-las) passa por um processo que dispensa a passagem por usina e garante uma matéria-prima sem impurezas. Outro componente do tênis, o couro, é curtido com extrato de acácia, em vez de metais pesados. O objetivo é reduzir a poluição das águas.

O produto é exportado para o mercado francês desde 2005, mas só agora começa a ser comercializado no Brasil

Tanto cuidado assim tem seu preço. O quilo da borracha “responsável”, por exemplo, custa R$ 7, o dobro da usada comumente na indústria. Se optasse pelas matérias-primas usuais, no Brasil, o custo da produção cairia pela metade, segundo a empresa. Na China, a economia seria de 100% na produção.

Comércio justo

Mesmo assim, o tênis não sai mais caro que outras marcas - entre R$ 195 e R$ 289. A empresa não faz publicidade e, portanto, não precisa embutir no valor do calçado esse gasto. Morillion e Kopp (os únicos sócios da companhia) vendem cerca de 120 mil pares por ano - 70% na França. O produto é exportado para o mercado francês desde 2005, mas só agora começa a ser comercializado no Brasil. Aqui, foi batizado de Vert (verde, em francês), já que “Veja, o nome original,” seria associado à revista.

Os franceses esperam cair no gosto do brasileiro. O tênis, reconhecido em 2012 com o prêmio Sustainable Business Awards, do jornal inglês The Guardian, deve aparecer no pé de uma das atrizes da próxima novela das nove da Rede Globo - a custo zero, segundo a empresa. Ganhar mercado fazendo um “comércio justo”, no entanto, não é fácil. As margens de lucro são menores e é preciso avaliar se o consumidor está pronto para comprar o seu produto.

A Vert espera faturar 6 milhões em 2013 - valor sete vezes maior que o de 2006. É um patamar distante dos bilhões das multinacionais. Mas, segundo o presidente da consultoria de inovação Mandalah, tem crescido no nicho dos grandes “a noção de que ganhar dinheiro e fazer a coisa certa devem caminhar lado a lado”.

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