No ensaio do Ilê Aiyê, Olodum e Daniela Mercury homenageiam o samba-reggae

Olodum, Daniela e Ilê fizeram a festa da música negra na Senzala do Barro Preto

Quem foi à Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador, neste sábado (14) viveu uma noite de homenagens ao samba-reggae. Com a casa lotada para mais um ensaio de verão, o bloco afro Ilê Aiyê, anfitrião da festa, deu início a batucada por volta das 22h. No repertório, a banda Aiyê trouxe músicas conhecidas pelos soteropolitanos e pelos turistas, que também marcaram forte presença no show. Junto com a batida da percussão, o público cantou sucessos como "Negrume da Noite", "Depois que o Ilê passar", "Por amor ao Ilê" e "Que Bloco é Esse?". No palco, o balé afro das dançarinas da Liberdade chamava a atenção pelas coreografias e pelas perfomances. Como bem manda o roteiro do ensaios de verão de Salvador, uma das partes mais esperadas é a participação especial. E, quando o clima dentro da Senzala já estava quente (literalmente), o Olodum começou. Os cantores Nadjane Souza e Lucas di Fiori se revezaram na apresentação e relembraram as músicas mais famosas do grupo. De "Protesto Olodum (E lá vou eu)" à "Faraó", a banda fez, em pouco mais de trinta minutos, todo mundo dançar com o samba-reggae. Do camarote, o presidente do Olodum, João Jorge, apreciava a vibração e o coro da multidão. Quando a participação do Olodum terminou, a rainha do axé, Daniela Mercury, foi convidada para o palco. Vestida como uma dançarina da Senzala, a cantora saudou o público e fez um resgate das composições do Ilê já gravadas por ela. Emocionada e dançando lado a lado com as 'deusas negras", a madrinha do Ilê homenageou o bloco cantando os clássicos como "Pérola Negra", "O mais belo dos belos" e "Por amor ao ilê". Além destas, "Milagres do Povo", "Oya Por Nós" e "Maimbê" transformaram o ensaio em carnaval. Encerrando a noite, a banda Aiyê voltou para o palco para mais duas horas de música. Para quem teve fôlego, a festa foi garantida até o amanhecer.