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Ângela Ro Ro conta que sofreu espancamento por homofobia

"Quando gritei: "Ai, meu útero", que me gerou um corte de 13 cm no baixo ventre, ouvi de um policial: "sapatão não tem útero", relembra a cantora

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09/04/2013 às 16:45 • Atualizada em 02/09/2022 às 7:08 - há XX semanas
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A pianista Ângela Ro Ro, 63 anos, foi a primeira cantora a se assumir homossexual no Brasil e resolveu falar sobre o assunto à Coluna Retratos da Vida. Sofri espancamento por homofobia. Fui vítima da nossa própria segurança, essa que hoje ilustra as manchetes dos jornais. Eu, infelizmente, tenho sequelas físicas. Me deslocaram a retina do olho direito e me ensurdeceram um ouvido. Quando gritei: "Ai, meu útero", que me gerou um corte de 13 cm no baixo ventre, ouvi de um policial: "sapatão não tem útero", relembra. A cantora falou ainda sobre a coragem da cantora Daniela Mercury em assumir uma relação com outra mulher. "É uma pessoa maravilhosa, que só nos dá orgulho por conta do seu talento e que se despojou de sua vaidade. Não em prol de fazer fofoca ou buxixo, mas porque é mãe de família, responsável, madura, lúcida e consciente para ir em prol da liberdade dos direitos humanos", diz. Sobre como a homofobia está sendo tratada pela Comissão de Direitos Humanos, a artista foi direta: "Diariamente morrem muitas pessoas por homofobia. A lésbica é quase sempre currada, estuprada. E numa hora dessa a Comissão de Direitos Humanos não pode se dar o direito de ficar brincando. Atinge vidas. Esta Comissão está caminhando em direção à tortura, à ditadura, à violência. É de uma leviandade tamanha que corre o risco de ser ativista em prol de um fascismo assassino", explica.

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