Do iBahia, por Aline Caravina
Na próxima terça-feira, 21, será realizada sessão especial na Câmara Municipal de Salvador, no Plenário Cosme de Farias, em homenagem aos 30 anos do bloco Ara Ketu. A iniciativa é da vereadora Olívia Santana, do PC do B. O evento começa às 19h e Larissa Luz, cantora da banda Ara Ketu, fará apresentação acústica de três músicas durante a homenagem. Artistas da axé music como Xanddy, Netinho, Adelmo Casé e Tonho Matéria, dentre outros, já confirmaram presença na solenidade.
Ara Ketu - “Eu vim de Periperi” diz o verso de uma canção, hoje, totalmente ligada à história do Ara Ketu. No dia 8 de março de 1980, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, foliões de Periperi, bairro do subúrbio ferroviário de Salvador, decidiram formar um bloco afro para marcar presença no Carnaval da cidade. Na época, a folia baiana passava por grandes transformações e naquele momento surgia o Ara Ketu ou “Povo de Ketu”, uma referência ao mesmo tempo carinhosa e cheia de vigor à nação de origem africana que tem enorme influência sobre a formação cultural afro-brasileira. Desde o início, o Ara Ketu deixou claro que nascia para criar um diferencial no Carnaval da Bahia e na cena cultural brasileira. A banda Ara Ketu foi criada em 8 de agosto de 1980 à imagem e semelhança do bloco - jeito próprio de pensar, fazer arte e com ênfase à prática percussiva. Associada ao bloco, a banda Ara Ketu realizava um trabalho baseado na pesquisa da música africana tradicional, devidamente readaptada musicalmente à temática brasileira. Em 1990 incorporou novos elementos à sua música devido à participação de Vera Lacerda, empresária da banda Ara Ketu e diretora bloco, na criação do memorial da Ilha de Goré Almadie, no Senegal, África. Lá ela conheceu de perto a musicalidade moderna africana: música de origem tribalística, eminentemente percussiva, misturada a sintetizadores, samplers e instrumental eletrônico. Este fato levou-a a colocar em prática essa "nova" musicalidade na banda Ara Ketu, mas com devidas adaptações musicais. Aproveitando o melhor da percussão existente no bloco Ara Ketu, bem como o vocalista que já fazia parte do Ara Ketu percussivo, buscou-se o restante dos músicos para formar o instrumental eletrônico e o naipe de sopro, que tivesse identificação com essa nova formação. Os músicos da banda então resolveram "importar" a idéia, adaptá-la aos ritmos brasileiros (sambas, músicas nordestinas e toques de candomblé) e realizaram a maior revolução experimentada pela música afro-baiana. Desse modo, o Ara Ketu foi o primeiro dos novos grupos negros baianos a misturar guitarra elétrica e percussão. A banda ARA KETU é considerada um dos grandes nomes da música brasileira, já tendo realizado inúmeros shows, sempre com sucesso, no mundo inteiro. Vale ressaltar as participações importantes que já fez, em disco, com nomes internacionais como Julio Iglesias, Jimmy Cliff e Elvis Crespo.
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