Oito meses após conquistar a segunda edição do programa SuperStar, da TV Globo, a dupla baiana Lucas e Orelha apresenta seu primeiro álbum: Vamo Além (Som Livre). No repertório, 14 músicas, algumas delas já decoradas pelas fãs como Presságio, Preta Perfeita e Menina Nerd, lançadas na época do reality. Completamente autoral, o trabalho segue o caminho trilhado diante das câmeras: letras próprias com a batida do funk melody.
“Na verdade, denomino nosso estilo como world music”, afirma Lucas, 20 anos, esquecendo-se de que esse termo internacional tem a ver com música tradicional ou folclórica produzida fora da cultura anglo-saxônica. O certo mesmo é que ele e Orelha, 18 anos, estão mais pop. Aliás, a produção do álbum é de Umberto Tavares, que já trabalhou com artistas como Anitta, Ludmilla e Nego do Borel. “Foi uma correria, mas foi tudo como a gente queria”, conta o jovem. O que eles não queriam era ter ficado de fora do Réveillon de Salvador. Depois de voltar à capital baiana em grande estilo, com direito a uma multidão de seguidores invadindo o Shopping da Bahia e encerrando mais cedo um show por excesso de pessoas, a dupla, criada em Brotas e Cosme de Farias, esperava fechar o ano em cima do palco da Praça Cayru, como foi anunciado. Mas a falta de documentos que deveriam ser entregues a Saltur, em meio a troca de empresários, adiou o sonho. “Isso foi o que eles disseram”, contesta Lucas. Essa história, e algumas outras, como a relação com o ex-companheiro de banda Juninho Lord, o destino do prêmio do programa e a relação com os fãs, Lucas revela em entrevista ao CORREIO. Dia 20, eles vêm a Salvador para uma sessão de autógrafos do disco, na Saraiva do Shopping da Bahia. Passados oito meses desde a final do SuperStar, como está a vida de vocês? Está bem. Está tudo correndo mais do que a gente estava esperando, estamos vindo para o Rio de Janeiro para começar um trabalho forte aqui. Além do contrato com a Som Livre, vocês ganharam um prêmio de R$ 500 mil. O que fizeram com o dinheiro? Dividimos em partes iguais para todos da banda. Com isso, eu consegui dar uma vida melhor pra minha família e todo mundo acabou fazendo mesmo. Agora, eu e Orelha estamos construindo alguns planos, pensando em abrir alguns empreendimentos. O repertório autoral é uma marca que vocês trazem desde a participação no reality. Como foi o processo de composição para o álbum? As músicas já estavam prontas quando começamos a produzir o disco. Só Vamo Além, que fizemos especialmente para o projeto, foi um desabafo em forma de rap sobre muita coisa que aconteceu. O funk melody é o ponto central do repertório da dupla. Como é ser baiano e fazer esse gênero? Na verdade, eu denomino nosso estilo como world music, porque a gente canta pop. O funk melody é mais pra identificar isso aqui no Brasil, mas a nossa ideia é que fazemos pop funk. E não foi difícil nos adaptar a cantar isso, não. Porque, quando a gente estava em Salvador, cantávamos de tudo, axé, pagode. Antes mesmo de ganhar a competição, vocês já atraíam uma grande quantidade de fãs. Depois de alguns meses fora da TV, como anda o assédio? A frequência sempre diminui, é natural. Em Salvador, a gente tem uma base muito forte de fãs, é a nossa maior base, seguida do Rio e de São Paulo. O ex-companheiro da banda Sofá da Sogra, Juninho Lord, entrou no The Voice Brasil no mesmo ano em que vocês participaram do SuperStar, mas não ganhou. O que acharam da participação dele no programa? Ele precisava mostrar o trabalho para o Brasil e teve uma oportunidade muito grande e tudo é no tempo de Deus. Ele merece todo sucesso do mundo. A gente não se fala com tanta frequência, mas torcemos por ele. Na época, houve rumores de que Juninho teria ficado triste em não ter participado com vocês do programa. Vocês souberam disso? Como estava a relação de vocês antes de entrarem no SuperStar? Não sabia disso. Eu e Orelha fazíamos backing na banda dele. Mas foi uma surpresa pra todo mundo termos entrado. Saímos da banda dele pra tentar alguma coisa das nossas vidas. Tanto que, na primeira apresentação, passava um filme nas nossas cabeças. Vocês ficaram de fora do Réveillon de Salvador. Na época, a justificativa foi a ausência de documentos que deveriam ser entregues à Saltur e que vocês não tinham pois estavam com o antigo empresário. Foi isso que aconteceu? Não, não foi o que aconteceu. Mas nem gostamos de tocar mais nesse assunto e a Som Livre também pediu para não falarmos mais sobre isso. Mas não foi isso. Na ocasião, o antigo empresário de vocês, Guga Fernandes, disse ao portal Música e Mais que a separação foi “por vontade única e exclusiva dos artistas”. Como foi essa rescisão? Da nossa parte foi super tranquila. Decidimos com ele e foi natural. Tipo: um relacionamento quando não dá mais certo é melhor separar pra não dar confusão. Não teve nada de multa milionária, como disseram por aí. Não temos mais contato, mas somos muito gratos por tudo que ele fez, mas não dava mais pra continuar como estava e estamos bem agora. Foi ele quem nos deu a grande oportunidade de mostrar nosso trabalho, mas não dava pra ficar como estava e ele sabe disso. Dia 10 de abril começa a terceira temporada do SuperStar. Qual conselho vocês dão para as novas bandas que vão participar do reality? Todo mundo quer ganhar, então vão na intenção de ganhar e de dar o seu melhor, porque o natural vai acontecendo. Ganhamos sem expectativa de ganhar, então o conselho que dou é: mostre seu trabalho para todo o Brasil, porque, mesmo que não ganhe, só de mostrar o seu trabalho já vai ser bom.
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