Embalados pelo forró e arrocha, terceira idade curte Carnaval

Quem foi que disse que o Carnaval foi feito para a juventude? Um trio da terceira idade saiu às ruas durante a folia momesca, nesta sexta-feira (28), esbanjando mais vitalidade e animação do que qualquer marmanjo de 20 e poucos anos. Dona Claricinda Lima, 80 anos, não poupou tempo. Com um grande sorriso estampado no rosto, ela levantou da cadeirinha, levada pela filha, e começou a dançar assim que o arroche "Bilu bilu", sucesso do cantor Pablo, tomou conta da avenida Oceânica entre as passagens dos trios Fissura/Aviões Elétrico e Eu Vou/Trimix, comandando por Ju Moraes."A gente sempre vem", contou a terapeuta Tânia Lima, 56 anos, filha de Dona Claricinda. "Nós morados aqui mesmo na Barra. Como minha mãe adora, todo ano a gente fica do lado de fora, pega um banquinho para ela fica sentada observando tudo". Apesar de ser a mais animada, dona Claricinda não foi a única a roubar os holofotes da folia. As irmãs Tânia Santana, 67 anos, e Vera Lúcia Santana, 68 anos, também partiram pra quebradeira. A dupla, que também mora na Barra, garantiu que todo ano elas curtem o Carnaval na pipoca."Sempre ficamos na pipoca por que podemos ver todos os blocos e curte cada um deles", conta Vera, contagiada pelo som do arrocha."O Carnaval é uma festa maravilhosa", completa Tânia, dançando do seu ladinho. Um pouco mais a frente estava o pescador Ramalho Barreto, 61 anos, morador do bairro do Lobato. Dançando de chapéu e de sunga, ele convidada para dançar quem se aproximasse dele. "Isso aqui pra mim é a melhor festa do planeta", se derreteu o pescador. "Venho há 47 anos, sempre na pipoca, e sempre desse jeito, dançando. Não tem coisa melhor".Autointitulado Folião da Paz, Ramalho diz que não procura e não vê confusão no Carnaval. "Meu negócio é dançar e fazer amigos, tudo na paz", assegura, sem parar de mexer o corpo ao ritmo dos Aviões do Forró por apenas um segundo. Correio* Embalados pelo forró e pelo arrocha, terceira idade curte segundo dia de Carnaval de Salvador