"A minha maior preocupação era que ela crescesse e se tornasse uma pessoa frustrada. Por isso eu fiz de tudo para que tivesse todas as oportunidades." O desabafo é de Márcia Machado, mãe de Gizelly Bicalho, do "BBB 20". A história da advogada foi marcada pelo assassinato do pai, Osmir de Sales Abreu, quando ela tinha 6 anos.
Segundo Márcia, seu marido estava no trabalho, um escritório em Iúna, no Espírito Santo, quando foi surpreendido por criminosos que dispararam contra ele, que não resistiu aos ferimentos e morreu aos 33 anos. Até hoje, os responsáveis pelo assassinato não foram capturados.
"Meu marido estava ao telefone e o barulho (do tiro) foi tamanho que a pessoa que falava com ele do outro lado da linha escutou. Até hoje é um mistério quem fez isso e ninguém foi julgado" relata Márcia, ao lembrar do crime que ocorreu em julho de 1998.
Os pais da advogada criminalista eram produtores rurais e plantavam e comercializavam café. Márcia confidencia que não esquece o momento em que sua filha, "sempre muito esperta", percebeu que algo de mais sério ocorrera com Osmir.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Gizelly Bicalho (@gizellybicalho) em 4 de Mar, 2020 às 10:11 PST
"Chegaram uns carros com funcionários e até os médicos para darem a notícia. Quando a Gizelly ouviu a palavra 'funerária' ela começou a falar: 'meu pai não está só machucado, ele morreu'. No dia seguinte, ela me perguntou: 'Mãe , eu nunca mais vou falar a palavra pai?' ", relembra.
Dificuldades financeiras
Os dois eram bastante apegados. Márcia conta que, sempre antes de ir trabalhar na cidade — eles moravam num sítio —, Osmir fazia questão de dar um beijinho na filha e até brincar com ela. "Era bom pai demais, muito cuidadoso. Queria que Gizelly fosse médica". Como marido, ela continua, era mais à moda antiga: "Bancava tudo. Era aquele provedor do lar mesmo. Ele era lindo, alto, fazia sucesso aqui no interior com a mulherada. Era apaixonada por ele".
Osmir já havia dito que, "caso alguma coisa acontecesse em sua vida", que ela e a filha se mudassem para a casa dos avós maternos da menina. Após a tragédia, ela seguiu a orientação. Com o passar do tempo, as dificuldades financeiras apareceram e o que a família conquistou acabou sendo investido na criação e educação de Gizelly.
"As coisas foram acabando... Me desfiz de terreno para bancar os estudos dela. Em outro momento, precisei vender um carro para pagar uma mensalidade da faculdade. Os cursos que ela precisava fazer também. Meus pais me ajudavam quando apertava. Isso para nunca deixar a peteca cair", afirma a mãe da participante do "BBB 20":
"Ela também se dedicava, eu via nela aquela pressão para dar certo. Como se tivesse que retribuir o que fazíamos". A mãe da advogada não relaciona a escolha da carreira com a tragédia que ocorreu durante a infância: "O negócio dela é defender as pessoas e evitar injustiças; não acusar".
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Redação iBahia
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