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O cantor baiano Gilberto Gil foi o anfitrião de uma edição especial do 'Programa do Jô', comandado pelo apresentador Jô Soares, que foi gravado na quarta-feira (05). Durante o bate-papo com Jô, Gil falou do seu novo álbum, recordou alguns momentos de sua vida e ainda comentou a importância da Tropicália. Ele não deixou de falar também de sua filha Preta Gil. O compositor disse que sempre teve certeza que Preta seria uma artista. "Eu lembro dela com uns quatro ou cinco anos, chamava toda a família e os amigos pra casa, montava um palquinho e se apresentava. Cantava, dançava, fazia graça. Está no sangue, não é?", relatou ele. Sobre o novo álbum, o líder do expresso 2222 falou: "Concerto de cordas e máquinas de ritmo”. “É uma mistura de percussão clássica com moderna, mais os instrumentos de cordas e a orquestra dirigida pela violoncelista Jaques Morelenbaum. O CD tem composições diversas, de Tom Jobim, Dorival Caymmi a Jimi Hendrix, entre outros grandes nomes da música". Em uma de suas recordações, ele também relatou como conheceu o apresentador Jô Soares. "Você lembra que quando nos conhecemos eu usava terno? Estava trabalhando como trainee administrativo em um prédio na Praça da República. Eu saía de lá, ia direto para as redondezas da Praça Roosevelt, frequentava os bares e teatros de lá. Ficava com os amigos até tarde da madrugada e, no dia seguinte, dormia pelos cantos do escritório", disse. O movimento cultural brasileiro do final da década de 60, que ficou conhecido como Tropicália, também foi citado pelo baiano. "Aquela época era maravilhosa. Nós encontramos um público muito receptivo e pudemos ousar no estilo musical. Apesar de todo bloqueio da Ditadura Militar, era um momento de transição, em que ninguém sabia para o que este país servia e se existia o nacionalismo. Intelectuais, artistas e estudantes se uniram pelo Brasil. A Tropicália só veio para ajudar a criar essa personalidade", completou ele durante o programa, que será exibido na sexta-feira (07).