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Convidada especial do programa 'Encontro com Fátima Bernardes' desta terça-feira (4), Preta Gil falou sobre o tempo em que o pai, Gilberto Gil, ficou preso em um quartel-general em 1968, durante a ditadura militar. Durante o bate-papo, a cantora revelou que o artista é "muito zen, é o perdão em pessoa". "Encontrei com um general, que falou: 'Conheci seu pai quando ele estava preso aqui. Adorava ele, tocava música pra gente na hora do banho de sol'. Fomos almoçar [ela e Gil] e comentei. Ele disse: 'ah, deve ser o cabo não sei quenzinho. Eles eram muito legais comigo'. Ele não guarda mágoa nenhuma", conta. Diferentemente do pai, a artista afirmou que não é tão tranquila quanto o músico. "É muito difícil perdoar uma pessoa que humilha, diminui as pessoas, que se acha superior, por ser rico, branco, de uma religião, e [que considera] o outro, por ser diferente, menor. É uma coisa entranhada, é difícil você mudar. É uma questão de educação", disse a cantora. "Eduquei meu filho [Francisco, 17] para não ser uma pessoa preconceituosa. Óbvio que todos somos, em algum momento da vida, preconceituosos. Olha feio para uma pessoa e fala 'ai, não gosto dela', sem conhecer. Aí você conhece e tudo bem", completa.
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